DIÁRIO DE HORA SILENCIOSA

Semana 42 – Quarta-feira

[Provérbios 24.21, 22][Mateus 5.38-42]

O que fazer quando o mal procede de alguma pessoa ou instituição à qual Deus ordena que nos submetamos? A resposta não pode deixar de passar por nosso texto de Provérbios. Ainda que o versículo 21 mencione um monarca, o princípio vale para todos aqueles que Deus instituiu como autoridade sobre nós: pais, professores, chefes, governantes. Assim como tememos a Deus e nos submetemos a Ele, devemos a eles a mesma submissão respeitosa. Embora não possamos obedecer irrestritamente a uma autoridade terrena como a Deus, ambos são emparelhados no versículo, porque a autoridade terrena é representante de Deus (Rm 13.1s.) e, como tal e como Ele, pode punir (“destruição” e “ruína”) a rebeldia. Ambos devem ser temidos: se a oposição for necessária, é essencial não perdermos o respeito e o temor. Precisamos nos arrepender das zombarias e piadas que comumente fazemos. A passagem de Mateus não ordena que sejamos passivos em qualquer circunstância ou situação; nela Jesus usa exageros para frisar que a atitude de quem O segue não é de vingança e retaliação, mas de pessoas que estão dispostas a fazer o bem ao inimigo, confiando que Deus cuidará de tudo.

Deus conhece e julgará as injustiças dos tribunais, as corrupções da nossa política, os crimes cometidos contra gente indefesa. Nosso papel é orar pela paz, buscá-la com o nosso próximo e denunciar por meios legítimos o erro. Você tem errado em alguma dessas coisas? Façamos o bem, sempre com a atitude certa.

Semana 42 – Terça-feira

[Levítico 5.1][Provérbios 21.12, 13]

“Quem não castiga o mal, ordena que ele seja feito.” Por essa frase, podemos deduzir que Leonardo da Vinci concordava sem querer com o princípio bíblico de hoje. Faz parte da nossa tarefa como povo de Deus denunciar o mal e estar atentos ao clamor do pobre. Não devemos nos esquecer disso, pois podemos errar de um lado ou de outro. No meio evangélico, há aqueles que acreditam que a melhor coisa a se fazer para o mundo é cuidar das necessidades materiais das pessoas, dando-lhes comida, roupa, emprego, etc. Outros defendem que a igreja não deveria se ocupar dessas coisas, apenas de pregar o evangelho. Ora, a maior forma de nós ajudarmos os pobres é mostrando a eles a pior coisa que os oprime, o pecado. Além do mais, se devemos ser sal e luz como vimos ontem, não há como não nos opormos ao erro – espiritual e social – e atendermos ao clamor do pobre – espiritual e social. Esse é o interesse de Deus comprovado ao longo das Escrituras e ordenado ao povo de Israel e à Igreja.

Como você pode se opor ao mal da sociedade em suas diversas formas? Como fazer isso de forma ordeira e respeitosa, sem escorregar em outras áreas, como insubordinação, sonegação, etc.? Difícil, não? Em Cristo, porém, é possível. Converse com seu pastor e/ou líder sobre isso, e não se esqueça de socorrer o pobre, oferecendo-lhe o pão daqui e do céu.

Semana 42 – Segunda-feira

[Mateus 5.13-16]

A luz tem como função mais básica iluminar, clarear, mostrar aquilo que estava oculto na escuridão. Além disso, no caso da luz do sol, ela tem a fundamental importância de sustentar a vida no nosso planeta, seja animal ou vegetal. Da mesma forma, o crente tem um papel fundamental na sociedade, o de resplandecer a luz de seu Salvador. Ao refletir a santidade daquele que o resgatou, o crente chama a atenção dos que estão à sua volta. Outro papel que Deus nos deu se assemelha ao do sal: assim como o sal era usado para preservar os alimentos (muito mais do que temperar), nós devemos ser aqueles que vão preservar a sociedade da corrupção. O homem descrente está morto espiritualmente, longe do Deus vivo (Rm 3.13). Tudo que ele faz tem como alvo o viver para si próprio, segundo seu próprio entendimento, seu coração, baseado naquilo que acha por bem fazer. O homem sem Deus rejeita tudo que vem dEle. Nós, filhos do Altíssimo, devemos brilhar e conservar nossa sociedade pelo poder do evangelho.

Deus não nos chamou para vivermos vidas pacatas e inertes neste mundo. Precisamos sair do nosso mundinho evangélico confortável para viver Cristo de forma genuína e intensa diante das pessoas. Você é chamado para proclamar as boas novas do evangelho (2Co 5.19) e mostrar o caráter de Cristo. Como você está cumprindo esse chamado?

Semana 41 – Domingo

[Salmos 15.1-5]

O que Deus espera dos Seus filhos? A resposta poderia ser dada de várias formas, porém, guiado pelo Espírito Santo, Davi resumiu tudo em “integridade”. A vida reta perante o Senhor é o que Ele requer de nós. Este texto nos mostra a importância de sermos irrepreensíveis como uma expressão de lealdade a Ele. Mas é preciso lembrar que o comportamento moral não nos redime diante de Deus. As características citadas no salmo – apesar de apontarem para um comportamento – são consequências de algo maior. A Bíblia nos diz que estamos sempre diante do Senhor (Sl 139.8); habitar com Ele implica o conhecimento verdadeiro da Sua pessoa. Seria impossível vivermos de forma aceitável diante do Senhor, pois não há ninguém perfeitamente justo (Rm 3.11). O que nos leva à necessidade de uma transformação interna. Quem habitará na casa do Senhor? Aquele que é habitado pelo Seu Espírito! Cristo nos faz ocupar essa casa. Por meio da cruz, podemos refletir Seu caráter diante de todos. Ele nos ensina a usar com sabedoria a língua (v. 3), manter a firmeza e a convicção diante do prejuízo (v. 4) e a fugir da ganância, satisfazendo-nos nEle (v. 5). A integridade nos habilita a morar com Deus, pois é somente pelo evangelho que podemos ser verdadeiramente íntegros e aceitáveis perante Ele.

Sua vida é coerente com a que Deus espera de Seus filhos? Quais áreas você ainda não submeteu à cruz de Cristo? Que possamos andar na certeza de que temos tudo de que precisamos para uma integridade que agrada a Deus.

Semana 41 – Sábado

[Daniel 6.3-5, 22-28]

Você já percebeu que, por mais que você faça o certo, sempre haverá um “esperto” que se sai melhor que você? O salmista declara que “quase escorregou” diante da dificuldade de lidar com essa luta, uma vez que os maus bradam aos quatro ventos que temer ao Senhor é perda de tempo (Sl 73). A Bíblia dá exemplos de pessoas que sofreram injúrias por serem fiéis. Como Daniel, que foi levado de seu país, de sua família, de sua cultura, teve seu nome trocado, mas mesmo assim permaneceu fiel. No texto vemos a ambição de homens que tramaram contra Daniel, mas que esbarraram em sua integridade em meio aos seus deveres (v. 4), sendo silenciados na sua insensatez (1Pe 2.15). Como eles eram maus, transformaram a fé que Daniel tinha no Senhor em um problema (v. 5). Chamaram o bem de mau (Is 5.20), mudaram a verdade em mentira (Rm 1.25) e, como resultado, condenaram o justo (v. 16). A fidelidade de Daniel trouxe prejuízo para ele. Porém, aprendemos que a integridade está ligada à confiança na soberania de Deus – na vida ou na morte. Ele sabia que todas as coisas estavam nas mãos do Senhor (Dn 4.25). Nossa esperança não deve estar nas coisas deste mundo (Cl 3.1), pois somos peregrinos aqui (1Pe 2.11).

Você é injustiçado por sua fé? Sua vida pode ser classificada como irrepreensível? Você é fiel a ponto de as pessoas terem que inventar algo para o atingir? Que possamos nos espelhar no exemplo de Daniel e ser íntegros em todo o tempo.

Semana 41 – Sexta-feira

[Provérbios 20.6, 7]

Todos os pecados são transgressão da Lei (1Jo 3.4), mas alguns têm consequências piores que outros. Nossos pais tratavam alguns pecados com algum grau de misericórdia, enquanto outros não eram tolerados – como mentir e roubar. O que aconteceria se eles fossem incoerentes com as próprias regras? Um dia nós perceberíamos, e os critérios perderiam o sentido. O texto de hoje mostra os benefícios de uma vida íntegra para as pessoas ao nosso redor. Primeiro mostra a raridade que é alguém fiel – que tenha convicções e viva por elas sem temer as consequências. Depois, apresenta o justo, que mede as coisas da vida pela régua correta. Dessas duas qualidades nascem a coerência. Ser íntegro traz benefícios para todos ao nosso redor, pois é fruto direto do conhecimento de Deus (Sl 119.9). A Bíblia orienta os pais a ensinarem aos filhos os caminhos do Senhor (Dt 6.7), ao passo que lista as consequências de não fazê-lo (Jz 2.10, 11); estabelece o valor de um marido ou esposa que segue Seus juízos (Pv 18.22; 1Pe 3.7) e a desgraça dos que não o fazem (Pv 21.19; 6.29). O íntegro segue tudo isso e é observado! Assim como a incoerência dos pais pode levar à rebeldia dos filhos, a fidelidade e a justiça redundam em glória a Deus e em benefícios para quem nos cerca.

Quais os benefícios de ser íntegro? Quais as consequências diretas dessa conduta sobre a sua família? Qual é a área que mais desafia você a ser coerente? Que vivamos em coerência com a verdade das Escrituras.

Semana 41 – Quinta-feira

[Jó 42.10-17]

Que desfecho para a história de Jó! Restituição de bens, família, amigos, prestígio… tudo que ele tinha foi devolvido em dobro! Será que o mesmo aconteceria conosco? Assim como a Bíblia registra que a integridade de Jó foi recompensada, também nos promete uma recompensa (Gl 6.9). O problema é esperar que essa recompensa seja meramente material. Jó permaneceu fiel ao Senhor independente de ter seus bens de volta. Sua perspectiva foi “Deus deu e Deus tirou” (1.21). Hoje nós associamos obediência ao Senhor a recompensas – como uma barganha – quando deveríamos obedecer por causa daquilo que já recebemos (Ef 2.10-13). Em Cristo temos paz com Deus (Rm 5.1), vida real (Ef 2.5), uma família espiritual (Ef 1.5), a esperança eterna (1Pe 1.3) e um modelo para espelhar: a imagem do Seu Filho (Rm 8.29). Jó entendeu que, independente dos bens que possuía, o Senhor era tudo que ele tinha, e isso o fez adorá-lO (Jo 42.1-6). Integridade não é uma moeda de troca com Deus, mas uma demonstração de obediência por amor (Jo 14.21), na certeza de que receberemos a recompensa que importa: a coroa da vida (Tg 1.12).

Você tenta barganhar com Deus? Você é feliz com o que Ele lhe deu? À semelhança de Jó, você pode declarar que o Senhor é bendito, independente das circunstâncias? Que Ele tenha misericórdia de nós e nos ensine a viver com os olhos na eternidade.