DIÁRIO DE HORA SILENCIOSA

Semana 12 – Sexta-feira

[Tiago 1.26, 27]

Quantos cristãos abençoariam muito mais à Igreja se soubessem se calar. Sob a bandeira da luta contra a injustiça, debates calorosos e infindáveis são travados nas situações mais impróprias. Durante as aulas, em estudos bíblicos e após os cultos – momentos perfeitos para se confraternizar amigavelmente ou simplesmente abrir os ouvidos e escutar o que está sendo falado –, alguns irmãos teimam em demonstrar sua capacidade de expor o que pensam. Não se vê muita gente entrando em discussões para mudar a própria forma de pensar: “Puxa vida! Estou com uma vontade de mudar de opinião!” O final do verso 26 mostra que a verdadeira religião tem domínio sobre a língua. É aquela em que Deus toma a iniciativa de religar-se a nós e transformar-nos. No verso 27, Tiago expõe os efeitos da verdadeira religião em termos de relacionamento. A piedade se revela em nosso trato com os outros, em nossa compaixão e diligência para fazer o que é certo e bom. Muitos do que se consideram religiosos não o são, afinal são dominados pela vontade de expor suas próprias opiniões corrompidas em detrimento da verdade e do bem dos outros.

Como é que você tem tratado as pessoas? Peça a Deus que mostre a você as pessoas com quem você tem falhado. Identifique se há orgulho e descontrole no seu falar ou maldade e falta de compaixão no seu agir.

Semana 12 – Quinta-feira

[Provérbios 8.13][Colossenses 3.12]

Provérbios 8.13 mostra que aqueles que temem a Deus devem opor-se ao mal com força. Se de fato tememos a Deus, é questão de lógica distanciarmo-nos daquilo que é alvo de Sua santa ira. O conhecimento cada vez mais profundo de Deus acaba com nossas pretensões orgulhosas. Quem se achega à luz enxerga cada vez melhor sua própria carnalidade e coloca-se em seu devido lugar, aos pés da cruz. O amor crescente pela pessoa do Deus santo nos faz detestar os pecados que antes nos cegavam, aprisionavam e separavam dAquele que de fato satisfaz a fome da nossa alma. Não é tão incomum convivermos com gente que pratica, sem o menor pudor, pecados que já nos assolaram por muito tempo. Nosso proceder diante desses indivíduos nem sempre é saudável. Às vezes somos omissos, presumindo que, se nós conseguimos nos livrar desses pecados, eles conseguirão um dia. Outras, falta-nos compaixão. Libertar-se do mal significa abandoná-lo, tirá-lo da nossa mente. A piedade produzida pelo Espírito Santo não nos estimula a viver em um vazio de emoções e sentimentos, mas nos ajuda a abandonar os maus desígnios que antes servíamos pelo bem que hoje amamos.

Observe Colossenses 3.12 mais uma vez. De quais revestimentos você tem sentido mais falta? É preciso encarar a luta contra o pecado com toda seriedade. Declare guerra ao mal e se arme com o bem.

Semana 12 – Quarta-feira

[1 Timóteo 4.11-16]

Há uma correlação forte entre estudo da Palavra e crescimento em piedade, e é necessário ter disciplina tanto para um quanto para outro. Convenhamos: como você espera se tornar alguém que conhece a Deus profundamente? É preciso muita disciplina e determinação para planejar e cumprir o que foi planejado. Quem não planeja, planeja o fracasso e quem não quer se esforçar para cumprir o que planeja, não planeja de fato. Doces momentos de aprendizado podem amargar-se com o veneno da religiosidade e da indiferença ou mesmo ir por água abaixo por falta de disciplina. É um engano pensar que a vontade de estudar profundamente a Palavra e praticá-la será constante em todas as estações da vida. É preciso fazer disso um compromisso, que fará parte da sua vida tanto em tempos de bonança como nos mais atribulados. O verso 12 mostra que nem sempre seremos incentivados a continuar no serviço do Senhor. A rejeição e o menosprezo não podem ser mais fortes que nossa determinação em obedecer a Deus. Amamos a Deus e também devemos amar as pessoas, mas fazemos a vontade de Deus porque queremos a aprovação de Deus, não o aplauso delas.

Em quais momentos da sua vida parece mais difícil seguir a ordem do verso 11? Que momento você tem vivido agora? Peça a Deus que o ajude a organizar seus pensamentos e a colocar em ação seu plano de estudo e prática da Palavra.

Semana 12 – Terça-feira

[1 Timóteo 4.7, 8]

A advertência no verso 7 quanto às fábulas profanas que distraíam tantos no passado ainda é muito atual. É lamentável, mas a espiritualidade de muitos tem sido moldada pela teologia fraca de algumas canções evangélicas, por historinhas fictícias que ouviram na TV ou leram em apresentações digitais repassadas via e-mail e por montagens de fotos com frases de efeito compartilhadas em redes sociais. Muito tempo precioso pode ser desperdiçado com coisa inútil ou pouco útil, como vemos no verso 8. Deus nos deu um corpo físico do qual temos que cuidar, devemos ser bons mordomos da nossa saúde, mas a que preço? Muitos cristãos gastam horas semanais exercitando-se nas ruas, parques e academias, mas não são capazes de dedicar alguns minutos à oração e ao conhecimento de Deus e Sua Palavra. Ao investirmos no exercício físico, cuidamos do nosso corpo terreno, mas ao nos dedicarmos à piedade estamos investindo em algo que não repercute apenas nessa vida, mas também na eternidade. Precisamos voltar a enxergar nossas atividades como oportunidades para glorificar a Deus. Enquanto umas podem ser redimidas e revertidas em glória a Deus, outras precisam ser abandonadas para que o nome de Deus seja glorificado.

Você tem investido tempo demais com esta vida e pouco visando a eternidade? Quais das suas atividades atuais devem ser excluídas da sua vida e quais podem ser redimidas para glorificarem a Deus? De que maneiras você pode redimir algumas das suas atividades?

Semana 12 – Segunda-feira

[2 Coríntios 1.12]

É possível ter orgulho e não pecar, desde que o orgulho seja direcionado a Deus e sua obra. Piedade (santidade e sinceridade) não vem de nós, mas de Deus; gloriar-se nisso é glorificar a Deus. É possível que diante da falibilidade dos outros e da carência à nossa volta eleve-se em nosso coração o sentimento enganoso de que somos indispensáveis e insubstituíveis para a propagação do Reino. Na verdade, o Rei sabe muito bem como administrar Seu reino, inclusive quando é preciso remanejar Seus súditos para a comunicação eficaz das boas novas. O mundo clama por sabedoria e coerência da parte daqueles que proclamam o Reino. As verdades que eles carregam no coração precisam ser verificadas e ratificadas pelo exemplo de vida. Contudo, na busca por razão e ação, precisamos ter cuidado para não desviarmos o olhar dAquele que nos chama para testemunhar e nos capacita à piedade, e passemos a nos orgulhar do nosso próprio esforço e sabedoria mundana, no lugar da obra de Deus em nossa vida.

Leia 2Coríntios 1.12 outra vez. Do que você tem se orgulhado? Se você tem se orgulhado de coisas que não deveria, confesse seu pecado a Deus agora. Se você tem se concentrado em si mesmo e esquecido de devolver a Deus a glória pelo que Ele fez em sua vida, realinhe-se e glorifique-O agora mesmo.

Semana 11 – Domingo

[Êxodo 20.1-3][Isaías 43.11-12]

Quando Deus convocou Moisés a tirar os hebreus do Egito, o servo do Senhor preocupou-se em como apresentá-lO aos judeus. A resposta do Criador foi “Eu sou o que sou” (Êx 3.14). E o que o Senhor pretendia ao dizer ao povo essas palavras? Afirmar Sua identidade, quem Ele era e como era; e Ele o fez não apenas dizendo o próprio nome, mas rememorando Suas ações (Is 43.12) e explicando como gosta de ser tratado. Depois de pronunciar o próprio nome, Deus associou o evento maravilhoso da libertação no Egito a Si (Êx 20.2). Era desta forma, portanto, que Ele deveria ser lembrado: o Deus todo-poderoso, infinitamente mais forte que os impérios e seus ídolos, o resgatador de Israel. Entender quem Deus era se fazia extremamente importante para os hebreus pelos seguintes motivos: (1) isso moldaria seu relacionamento (louvor, temor, pertencimento) com o Senhor; (2) sua relação com o Deus todo-poderoso os identificaria diante das outras nações pagãs. Isso foi realidade para o povo de Israel no passado, mas também para a igreja, que é o seu povo hoje.

Quanto tempo nós temos investido em nosso relacionamento com Deus? Nós realmente O conhecemos? Para isso, precisamos nos dedicar à leitura e ao estudo da Palavra, bem como à oração. Separar um tempo devocional diário e de qualidade é muito importante para estreitarmos nosso relacionamento com o Senhor e conhecê-lO melhor. Saber quem Deus é nos ajuda a entender quem realmente somos. Invista nisso!

Semana 11 – Sábado

[João 1.15-18]

Vivemos num mundo caído onde as pessoas têm uma imagem distorcida de si mesmas. Muitos acham que são mais importantes do que realmente são, outros só se dizem inferiores. Poucos têm uma visão equilibrada de quem são, de seu real valor e propósito. No texto de hoje vemos que João Batista era um desses poucos. Nos versos 19 a 23, percebemos que João teve a oportunidade de usurpar a identidade de homens de grande prestígio perante o povo. Entretanto, ele não só sabia quem realmente era, como tinha bastante clareza do seu papel no plano redentivo de Deus. João era a “voz do que clama no deserto” (v. 23), anunciada centenas de anos antes pelo profeta Isaías (Is 40.3). Com a tarefa de anunciar a vinda de Cristo, João também foi bastante preciso ao descrever Jesus. Sua descrição, contudo, não era física, pois pouco importava a aparência do Senhor. Mesmo que muitos dessem valor a como seria Sua aparência e condição social, esse não era o foco. O foco estava em Sua importância – primazia (v. 15) – e propósito – ministrar graça e verdade (v. 17) e revelar o Pai (v. 18).

Note que João estabeleceu sua identidade tomando Cristo como base. Sem se prender a aparências, ele buscou esclarecer sua posição em relação a Jesus. Tomando João como exemplo, devemos nos apresentar como seguidores de Cristo, pois essa é nossa posição diante dEle. Agradeça a Deus pelo privilégio de ser chamado de cristão.