[Lucas 23.1-25]
Nem toda unidade é boa. Herodes e Pilatos eram inimigos, mas viram no julgamento de Jesus uma oportunidade de benefício mútuo e, a partir daquele dia, tornaram-se amigos (v. 12). Ambos precisavam mostrar serviço, garantindo a confiança da população local e do imperador. Se fosse necessária uma injustiça, estavam dispostos a fazê-la. Primeiramente, Pilatos lançou mão da tecnicalidade das jurisdições do império e optou por enviar Jesus a Herodes (v. 7). Após um interrogatório malsucedido (v. 9), Herodes, além de ridicularizar Jesus, O mandou de volta a Pilatos (v. 11), não desagradando totalmente aos acusadores locais com uma absolvição, nem assumindo a responsabilidade final pela morte de um inocente. No intuito de protegerem a si mesmos e um ao outro, tanto Herodes, ainda que indiretamente, como Pilatos, ainda que sem desejar fazê-lo (v. 20), uniram-se condenando Jesus à morte.
Nos nossos dias candidatos fazem coligações, circulam entre diferentes filosofias nas chamadas janelas partidárias e lutam para convencer o povo a se tornarem seus eleitores. É verdade que os cristãos são chamados a terem paz com todos, no entanto não podemos nos esquecer das palavras que antecedem essa instrução: “se possível” (Rm 12.18). Do mesmo modo que podemos nos unir para o bem, podemos nos unir para o mal (Gn 11.6). Você tem buscado unidade? A que preço? Não negocie os valores da Palavra de Deus.