[1 Pedro 2.18-25]
Para se viver o padrão cristão de sofrer injustiça do jeito de Deus, é imprescindível estar em Cristo. Não é para religiosos nem “amigos do evangelho”, mas se você anda com o Senhor, está qualificado (2Pe 1.3-11). O conceito-chave aqui é a mansidão, um dos mais distorcidos da Bíblia. Ser manso é ter força sob controle, é dominar os próprios impulsos. E é fruto do Espírito (Gl 5.22). Quando somos injustiçados, podemos nos inflar até ficarmos gigantes. Como advogados em defesa-própria, armamos nossos discursos e partimos para o ataque. Pensamos, falamos e agimos como em um “vale-tudo” para defender nossa reputação e direitos. Que diferença do modelo de Jesus. Isaías 53, o texto profético que inspirou Pedro, mostra um tremendo paradoxo: o Todo-poderoso Se calou diante das calúnias; não Se defendeu nem atacou. Ele não pecou (vv. 22, 23a).
Como isso é possível? Consciência. Jesus sabia quem era e a que tinha vindo. Era o Filho de Deus, o mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5). Para cumprir Sua vocação, importava sofrer injustiças. E Ele estava cheio do mesmo Espírito que habita em nós (Lc 3.22; Ef 5.18). Pedro nos conscientiza de quem somos: servos que cumprem a vontade de Deus no sofrimento (1Pe 2.20b). E nos dá o “gabarito”: Jesus reagia com mansidão porque confiava toda a Sua vida ao Pai, o justo juiz (1Pe 2.24). Esse é o segredo. Você está sofrendo injustamente? Ore (Tg 5.13). Sua honra depende de Deus tanto quanto sua salvação (Sl 62.7).