[2 Timóteo 4.9-16]

Perseguido e preso sob o imperador Nero, Paulo sabia que estava prestes a morrer. À exceção de um, todos os seus amigos mais leais estavam longe. Outros amigos menos leais o tinham abandonado. Note, porém, que Paulo não roga praga, não xinga nem diz nada a respeito de Demas (Cl 4.14; Fm 24) exceto pela descrição da atitude de amar a este mundo e partir. (Lembra que amigo bom é amigo de Deus primeiro?) Mesmo contra aquele que realmente tentara o prejudicar, Paulo apenas expressa sua esperança na justiça de Deus e um aviso. Como amigo e discipulador, Paulo deixa a Timóteo o exemplo de serena confiança em Deus em tudo, a ponto de não fomentar ressentimento ou ódio. Mesmo ao falar sobre sua primeira defesa (v. 16), Paulo não deu importância para quem o abandonara – nem citou nomes. Antes, seu foco estava no Senhor e na sua missão (v. 17). Finalmente, veja que Paulo não era avesso a rever seus conceitos. O jovem Marcos, o qual ele julgara inconstante anos antes (At 15.36-41), agora recebe uma descrição bem diferente (v. 11).

Um sinal de amizade é impedir que o ressentimento finque raízes no coração do próximo, bem como no próprio. Quantas vezes, na hora do desabafo, lançamos mão de insultos para descrever quem nos prejudica? Quantas vezes, na injúria contra quem prejudicou nosso amigo, não damos vazão à ira para demonstrar nosso apoio? Quantas vezes deixamos de reatar laços por causa de ressentimentos passados? Amigo de verdade cultiva o perdão e a confiança na justiça de Deus.

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