DIÁRIO DE HORA SILENCIOSA

Semana 14 – Sexta-feira

[1 João 4.7-9]

Muitos acreditam que o amor é um sentimento. O texto de hoje deixa claro que não é. No versículo 8 lemos que “Deus é amor”. No versículo seguinte, lemos: “foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao mundo (…)”. Deus manifestou o amor, fazendo alguma coisa. Ele enviou. O amor se manifesta em ações. Não dá para amar e ser indiferente ao próximo. Não dá para ser filho de Deus sem amar uns aos outros. Deus é amor, e o crente é chamado filho de Deus (Jo 1.12). E o filho vai imitar a característica do Pai. Se não o fizer, é porque não é filho. Resumindo: o crente verdadeiro vai amar ao próximo e manifestar esse amor com atitudes práticas para com outras pessoas. Essas atitudes são corriqueiras, frequentes, estão no DNA do crente, na sua essência, nos parâmetros de seu ser. E o maior exemplo que temos é exatamente esse: que Deus deu Seu filho unigênito para derramar sobre Ele na cruz a Sua santa e justa ira que cada um de nós merecia por nossos pecados. Muitos se dizem cristãos. Muitos se consideram filhos de Deus. Suas atitudes práticas vão mostrar se eles são de fato ou se estão enganando a si mesmos e aos outros.

O texto de hoje é novamente um texto de autoavaliação. É hora de pensar novamente no que temos feito. Será que tenho deixado colegas de lado? “Passo reto” todas as vezes que encontro um morador de rua? Dou valor a tudo que meus pais fazem por mim? Ore agora e peça que Deus lhe mostre áreas a melhorar. 

Semana 14 – Quinta-feira

[1 Coríntios 10.24]

“O que é que tem”? Você já deve ter ouvido essa frase, talvez até já a tenha falado. Ela é usada quando estamos fazendo alguma coisa “questionável”, que para nós não é pecado, mas que algumas pessoas acham ruim que a gente faça. “Você bebe cerveja”, “você fez tatuagem”, “você joga futebol no domingo”. Para essas e outras acusações, normalmente a resposta é o famoso “o que é que tem?” Bem, a questão do versículo de hoje é essa. Algumas pessoas da igreja de Corinto estavam usando sua nova liberdade em Cristo para fazer coisas sem se preocupar se iriam ofender outros crentes. Paulo falava que algumas coisas são permitidas, mas que não convém ao crente fazer. E aqui se evidencia uma diferença entre o egoísta e o altruísta: o egoísta faz as coisas pensando somente em si: “Se não é pecado, posso fazer”. O altruísta pensa: “Será que, se eu fizer isso, vou atrapalhar meu irmão em sua caminhada com Cristo?” É claro que também existe muito “mimimi”: aquela sensibilidade extrema de uma pessoa que leva as outras ao seu redor a ficar pisando em ovos, aquela pessoa dodói que se ressente por tudo. Mas não é dessas pessoas que nosso texto fala. Em tudo que fizermos, devemos sempre pensar: 1) isso agrada a Deus? 2) qual minha motivação para fazer isso? 3) fazer isso vai atrapalhar meu irmão na fé?

Pense em alguma coisa questionável que você faz. Aplique as três perguntas acima e decida se você deve parar de fazê-las por amor a algum irmão – ainda que seja jogar bola no domingo.

Semana 14 – Quarta-feira

[Romanos 2.9-16]

Qualquer povo que nunca viu a Bíblia e que não sabe nada sobre Deus tem alguma noção de certo e errado. Por exemplo, a maioria dos povos do mundo condena o assassinato. Também não conheço um povo que incentive o casamento de um pai com sua filha. Deus, em Sua soberania, deixou uma lei escrita no coração das pessoas. Existe a noção de certo e errado, o que inclusive determina a formulação de leis para a maioria dos povos. Já outras pessoas conhecem a Deus e Sua lei. E para ambos os casos o texto diz: “os que obedecem à Lei, estes serão declarados justos” (v. 13). Aquele que vive uma vida correta mesmo sem conhecer a Deus, será declarado justo. E aquele que conhece e obedece à Palavra de Deus, será declarado justo. Contudo, ninguém vive uma vida correta perante Deus, quer O conheça ou não. No capítulo seguinte lemos: “não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer” (3.12). Pode até ser que haja distinção no julgamento de acordo com o conhecimento, mas o julgamento condenará a todos, pois todos são pecadores. E a solução é a mesma para todos: crer em Jesus Cristo e em sua obra substitutiva na cruz.

Deus julga os “segredos dos homens”. Por mais que você se ache bonzinho, Deus vê o coração. Ou seja: meu amigo, você está perdido. Ou estaria, se não tivesse crido em Jesus como seu Salvador. Agradeça a Jesus agora por Ele ter morrido em seu lugar. E ore agora por povos que ainda não ouviram de Jesus e estão condenados.

Semana 14 – Terça-feira

[Provérbios 11.1-18]

A nossa essência não está relacionada apenas a qualidades na vertical (entre nós e Deus), mas também na horizontal (entre nós e os outros). E nossa essência deve ter integridade, retidão e justiça, qualidades evidenciadas no trato uns com os outros. Ser uma pessoa assim tem muitas vantagens: ela dá prazer a Deus (v. 1), é guiada por um caminho reto (v. 5), traz livramento (v. 6, 9), livra de tribulações (v. 8), traz alegria para os outros (vv. 10, 11), tem uma recompensa (v. 18). Uma boa maneira de fazer uma autoavaliação é observar quais palavras têm saído de nossa boca. Aquele que gosta de fofoca, na verdade pretende “destruir o próximo” (v. 9). Ao espalharmos uma notícia que difama o outro, nos colocamos acima dele, sendo orgulhosos (v. 2). Quando falamos demais, passando informações sigilosas de nossos amigos, traímos a confidência e somos considerados como alguém que não merece confiança (v. 13). Também é bom avaliarmos nossa relação com o dinheiro, pois a riqueza pode revelar um coração indiferente ao próximo. Como temos conseguido nossos recursos? Temos dado nossos jeitinhos para conseguir mais dinheiro (v. 1)? Aquele que deixa a honestidade de lado para conseguir riqueza está correndo sério risco, e mostra que ainda tem um caminho longo até ser um cristão em sua essência.

Ninguém pode dizer que é correto diante de Deus se mantém hábitos errados com o próximo. Faça as autoavaliações sugeridas acima e um plano para mudar o que precisa ser mudado.

Semana 14 – Segunda-feira

[Levítico 11.45][Miqueias 6.8]

Um professor definiu “essência” assim: “Essência é aquilo que um ser tem, que se deixar de ter, deixa de ser o ser que é”. Seguindo esse raciocínio, o que é que está na essência do crente verdadeiro? Quais características marcam o cristão genuíno? Nos textos de hoje vemos algumas dessas qualidades essenciais. O crente deve ser santo (Lv 11.45; 1Pe 1.15). Santo quer dizer separado, diferente, único. Fazer o que é certo mesmo quando ninguém faz, e não fazer o que é errado mesmo quando todos fazem. Ser santo é obedecer à Palavra custe o que custar. E no texto de Miqueias vemos que essa separação é mais que uma atitude externa, mas trata-se de uma atitude genuína interna, que reflete justiça, fidelidade e humildade. Aquele que crê em Cristo como seu único Salvador e Senhor recebe do próprio Deus as ferramentas para andar separado do mundo e desenvolver essas qualidades em sua essência. O Senhor não exige de nós atitudes somente externas. Ele exige mudança interna, resultado de uma conversão genuína.

Avalie sua vida. Você frequenta a igreja? Por quê? Você dá ofertas? Por quê? Você ajuda alguma instituição? Por quê? Você não fuma e não bebe? Por quê? Tudo isso é muito bom, mas se torna vazio se não for acompanhado da motivação correta e da mudança interior. Avalie sua vida não somente pelo que faz, mas se você tem sido justo, fiel, humilde e separado das coisas erradas ao seu redor.

Semana 13 – Domingo

[Marcos 7.20-23]

Certa canção do músico João Alexandre diz: “Coração, entre o bem e o mal, que distância haverá? Coração, um amigo, um bandido talvez, quem te conhecerá?” Esse refrão resume bem o texto de hoje, com sua descrição um tanto quanto pesada do coração humano. (Na verdade, trata-se uma boa descrição de cada um de nós.) Jesus já havia sinalizado aos fariseus e mestres da lei que a hipocrisia tinha se tornado parte da vida deles (Mc 7.5-8). Eles, porém, insistiam em observar tradições aprendidas oralmente com rabinos da época. A compreensão era que todo judeu deveria se purificar, lavando as mãos e utensílios antes das refeições. Embora saudável, essa prática não era um mandamento de Deus, e sim uma distorção de algo direcionado aos sacerdotes antes de entrarem na tenda da congregação (Êx 40.12).

Em meio a esse conflito moral, Jesus e seus discípulos lutam pelo direito de viver a essência da fé diante de Deus. Todo o diálogo deixa bem claro que não há nada externo que possa contaminar o homem (Mc 7.15). Assim, resta-nos avaliar nossa prática. Será que temos seguido tradições que não fazem parte do que Deus deseja de nós? Temos atrapalhado pessoas com tradições humanas? Como anda nosso coração? Provérbios 4.23 diz: “Acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida”. Que tal começarmos a semana fazendo uma lista de impurezas do nosso coração e descobrindo versículos que nos ajudem a crescer nessas áreas?

Semana 13 – Sábado

[Salmos 119.101]

Em Hollywood existe a famosa calçada da fama, onde estão listados os nomes de artistas premiados por contribuírem com a indústria do entretenimento. Caminhar nessa calçada significa voltar no tempo, lembrar-se de filmes e personagens, cantar canções de artistas prediletos. Diversos pés famosos já pisaram nesse ponto turístico de Los Angeles, porém, a questão é se entre eles havia também pés formosos. O salmista nos alerta sobre o cuidado que devemos ter em cada passo que damos. Ele afirma com convicção que sua prioridade é andar segundo os princípios de Deus. Enganamo-nos quando pensamos que a expressão “caminho mau” refere-se apenas a lugares tentadores e perigosos. É óbvio que significa mais que isso, descrevendo ainda atitudes, intenções, sentimentos e sonhos do coração humano. O salmo 119 é um acróstico, um abecedário de orações e reflexões sobre a Palavra de Deus, no qual cada letra hebraica tem sua oportunidade de iniciar oito versículos sobre o assunto. Ao longo de todo o salmo, seu autor demonstra o enorme prazer que tem em Deus e Sua lei, contrapondo assim a distância que as pessoas mantêm das Escrituras enquanto trilham caminhos errantes.

Por onde seus pés têm andado? Quem dirige seus passos? Sua caminhada tem sido famosa ou formosa? Escreva hoje o seu próprio salmo. O tema você já tem: “Pés: quem os dirige?” Reflita sobre sua caminhada com Deus e descreva em algumas linhas seu amor pela Palavra e seu desejo de se afastar de tudo o que desagrada ao Senhor.