DIÁRIO DE HORA SILENCIOSA

Semana 3 – Sexta-feira

[João 1.43-51]

Chamado pessoalmente por Jesus para segui-lO, Filipe não se contentou em ir sozinho. O anseio de toda uma nação se realizara e o chamara para participar de Sua trajetória. Uma notícia tão boa não se guarda para si. Natanael, porém, descarta a premissa. Ele era de Caná, cidade vizinha a Nazaré, e a trata como muitos tratamos o que vem de uma cidade minimamente mais pobre do que a nossa: com desdém. Agora atente para a forma como Filipe reage ao ceticismo de Natanael (v. 46). A amizade de Filipe não se vê apenas no anúncio da descoberta, mas no convite aberto destas simples palavras: “Venha e veja”. Filipe já estava indo seguir Jesus e, pelo jeito, não deixaria de fazê-lo por causa do amigo. Porém, ele queria que Natanael visse de perto do que ele estava falando antes de fixar uma opinião. Não foi dogmático, não foi pedante, não foi condescendente; chamou o amigo a acompanhá-lo na experiência, deixando que o próprio Cristo cuidasse da persuasão.

Um sinal de amizade é respeitar o próximo a despeito de diferenças. Não se deixe abalar pelo desdém do próximo para com Jesus. Sua amizade com quem não conhece Cristo também é valiosa. Não deixe de O apresentar, mas não pense que você é quem convencerá seu amigo a respeito dEle. Suas palavras são meros convites, bem como suas atitudes. À medida que você O segue e cresce no amor por Ele (e, consequentemente, pelas pessoas), seu convite pode se tornar cada vez mais atraente.

Semana 3 – Quinta-feira

[Jó 6.22-30]

Quando Jó quebra o silêncio, abre-se a porteira para os discursos infames de seus amigos. Todos põem em dúvida a integridade de Jó ao exporem suas opiniões sobre Deus, a saber, que a única forma de Deus agir para com os homens é a retribuição terrena segundo as obras deles. Nenhum deles cogita a possibilidade de estar errado a fim de acreditar na inocência do amigo. Por isso Jó responde com as palavras do texto de hoje (cf. 16.1-5). Ao duvidarem da integridade de Jó, aqueles homens não só menosprezaram o sofrimento dele como também arrancaram dele qualquer esperança de apoio ou consolo. E o fato que as opiniões deles sobre Deus estavam redondamente equivocadas (42.7-9) só levou a mais confusão e revolta em Jó (19.7-29; 30.1-31). Boa doutrina serve até para isso, pois amigo que é amigo não leva o outro a duvidar de Deus.

Mais sinais de amizade verdadeira são: reconhecer a validade do sofrimento do próximo, encorajá-lo em sua dificuldade e confiar que ele diz a verdade. É papel do cristão ajudar seu amigo a enfrentar a adversidade com os olhos em Deus, não na adversidade ou em si mesmo. É papel do cristão ajudar seu amigo a ver que, embora não tenhamos resposta para tudo, temos um Deus que não dá ponto sem nó. E se lhe falta sabedoria ou conhecimento para consolar o amigo na hora da dificuldade, lembre-o disto: “Mesmo em meio à aflição e ao sofrimento, o crente não precisa saber por que sofre, desde que saiba quem o conduz ao longo da estrada” (Carlos Osvaldo Cardoso Pinto).

Semana 3 – Quarta-feira

[Jó 2.11-13]

Comiseração – 1. Compaixão por males alheios que sentimos como nossos. 2. Piedade. 3. Lástima. (Fonte: www.priberam.pt) Às vezes, simplesmente não há palavras. Jó perdera todas suas fontes de renda, todos seus filhos, a saúde. Nem sua esposa aguentava vê-lo sofrer tanto; preferia que ele sacrificasse a integridade para poupar o corpo (2.9). Entram, então, os amigos de Jó. Nos primeiros dias, foram o que amigos devem ser: presentes. Note que a visita foi coordenada, eles conversaram entre si e uniram forças com um objetivo claro. Preste atenção nesse objetivo (v. 11). Elifaz, Bildade e Zofar não foram lá para alegrar ou entreter Jó, para tirá-lo da fossa ou ajudá-lo a afogar as mágoas. O que seguiu a chegada deles foram os típicos atos de comiseração da época (v. 12), a demonstração aberta de empatia e compaixão. Agora preste atenção no verso 13. Por dias, esses amigos reconheceram que nada que dissessem poderia aplacar a angústia de Jó. Nada vinha à mente, senão o sofrimento do seu amigo. Fizeram o que todos nós já devemos saber: quem não tem nada bom para dizer, que não diga nada. Apenas ofereceram o melhor que tinham: sua presença.

Um sinal de amizade verdadeira é a disposição de estar presente, mesmo sem ter nada a oferecer além da comiseração (Rm 12.15). Não deixe de estar presente só porque você não consegue pensar em nada para dizer ou fazer. Às vezes, a presença silenciosa e sensível de um amigo vale mais do que a solução imediata do problema.

Semana 2 – Domingo

[Romanos 12.1, 2]

Nossa mente fornece as maiores oportunidades de interação que podemos viver. Ela é o nosso centro de comando. Por ela, nós nos descobrimos como gente e organizamos a percepção da vida em todas as suas dimensões. Também constituímos nossos círculos de amizade e intimidade. Pessoas são incluídas e excluídas, dependendo do que a mente considera conveniente para nossa sobrevivência física ou espiritual. Com a razão elaboramos a escala de valores que orientará as nossas decisões diárias, fazendo-nos acatar ou descartar pensamentos, sentimentos e convicções. Por tudo isso, temos razões suficientes para, nesta semana, refletir sobre como cuidar bem de nossa mente. Precisamos mantê-la conectada a Jesus. Isso garantirá um mundo interior repleto de alegria, significado e qualidade de vida. Hoje, você encontrará duas maneiras de fazer isso: 1. Não entre no esquema deste mundo: a sociedade sem Deus quer moldar sua mente. 2. Recicle sua mente: atualize-a pela Bíblia. Assim você poderá testar e comprovar que a vontade de Deus é boa em seus efeitos, agradável, por gerar o bem, e perfeita, no sentido de completa.

Cuidar da mente é como manter seu antivírus atualizado. O descuido pode roubar de você valores essenciais. O estudo e a prática da Bíblia, na dependência do Espírito Santo, manterão sua mente protegida. Decida jogar fora valores maliciosos do mundo. Renove sua mente pela Palavra.

Semana 2 – Sábado

[1 Reis 8.57, 58]

Terminando mais uma semana andando com o Senhor, encontramos um trecho que nos remete ao passado. Fala da consagração do templo, o centro da devoção do povo de Israel. Qualquer israelita que quisesse encontrar perdão e aceitação divinos precisava ser intermediado por sacerdotes no templo. Com a vinda de Jesus, essa necessidade acabou por completo, pois Ele mesmo tornou-se o único caminho pelo qual, agora, qualquer pessoa pode ter acesso espiritual direto ao Pai (Jo 14.6). Hoje temos templos, mas Deus não mora neles, nem centraliza ali Sua presença e comunicação (At 7.47, 48). A Igreja de Jesus é composta por pessoas que decidiram negar-se, morrer para o mundo e segui-lO diariamente (Lc 9.23), que são descritas como “casa espiritual” onde Deus escolheu habitar (1Pe 2.5; Ef 2.19-22). O Espírito Santo assegura isso no interior de cada discípulo (Rm 8.8, 9; 1Co 3.16). Outro detalhe interessante é que a palavra “igreja” nunca se refere a um prédio! Logo, vivemos o grande privilégio de poder andar pessoal e diariamente com o Senhor, mesmo fora da reunião formal em um prédio. A oração de Salomão reflete o desejo que todo discípulo deve manter: ter um relacionamento diário com Deus (v. 57) e obedecer à Sua Palavra (v. 58).

Você precisa investir tempo conhecendo o que Deus tem para sua vida pelo estudo sério e contextualizado da Bíblia, sem perder de vista que a prática é essencial para gerar real transformação. Você é templo do Espírito. Viva essa maravilha!

Semana 2 – Sexta-feira

[Salmos 119.97-105]

Quais os resultados práticos de se andar com Deus? Estes versos do salmo 119 nos levam a conhecer os frutos que brotam das atitudes de transformação que o salmista incorporou ao seu dia a dia. O segredo do discípulo está em como ele mantém sua mente ligada a Deus. Os versos 97, 98 (final) e 99 mostram que essa chave pode ser encontrada na “meditação”, prática muito comum ainda hoje no oriente. Consiste em, continuamente, refletir, pensar e aplicar a Palavra do Senhor às diversas situações da vida. Isso inundará a sua mente com os princípios necessários para ajudá-lo a tomar decisões e interpretar as coisas que estão acontecendo do ponto de vista de Deus (vv. 101-104). Levará você à qualidade de vida que deseja ter (v. 105) e promoverá maravilhosos resultados: você será mais sábio (v. 98); terá maior percepção da vida (v. 99) e compreenderá mais profundamente os caminhos do Senhor (v. 100). Mas veja, também, que a meditação é acompanhada de ações práticas como o afastar-se do mal (v. 101) e o detestar os caminhos maliciosos do mundo (v. 104).

É comum mantermos um tempo com Deus, lendo a Bíblia e orando, como uma tarefa a mais em nossa agenda diária de atividades. Isso, com o tempo, acaba se tornando um exercício legalista e estéril, a não ser que a verdade lida seja internalizada e praticada (refletir, pensar e aplicar) para, finalmente, compor nossa lista de princípios norteadores da vida. Só assim obteremos resultados semelhantes aos do salmista.

Semana 1 – Segunda-feira

[Salmos 67.1-7]

Este salmo de ação de graças invoca a continuidade da bênção de Deus sobre Israel para que as nações experimentem a Sua salvação e O louvem. Por causa de seu conteúdo, o Salmo 67 é considerado um salmo missionário. C. H. Spurgeon disse: “O grande tema deste salmo é a participação dos gentios na adoração a Jeová”. Há no salmo uma porção da bênção araônica de Números 6.23-27 com o pedido para que o Senhor faça resplandecer o rosto dEle sobre os filhos de Israel. Essa expressão implica favor e amabilidade, e reflete um relacionamento pessoal e gracioso de Deus com o Seu povo. O propósito dessa bênção é “que se conheça na terra o caminho [de Deus]; em todas as nações a salvação [dEle]”, ou seja, que os gentios, assim como Israel, pudessem conhecer a Deus e ser salvos.

O mesmo princípio opera hoje. Sua vida mostra a presença do Deus que habita em você? Você é observado diariamente, e a Palavra de Deus chegará aos perdidos por meio do seu testemunho e da constatação da diferença que o relacionamento com o Senhor faz em sua vida. Você faz parte de um povo escolhido, separado para proclamar as virtudes de Cristo (1Pe 2.9-10). Que as bênçãos do Senhor sobre a sua vida sejam uma evidência da Sua grandeza e despertem em outros a vontade de conhecer esse grande Deus e adorá-lO por Suas obras!