DIÁRIO DE HORA SILENCIOSA

Semana 49 – Domingo

[Colossenses 1.3-6]

Desde o início da igreja, no primeiro século da era cristã, o cristianismo se expandiu muito e o evangelho se difundiu rapidamente por todo o império romano. Apesar das perseguições promovidas pelos imperadores, da rejeição e do desprezo declarado aos cristãos, a Palavra de Deus nunca deixou de ser pregada e, nos séculos seguintes, milhares de romanos e gregos receberam o evangelho do Senhor Jesus. Esse crescimento foi tão extraordinário que no quarto século o próprio imperador se converteu e legalizou o cristianismo; depois de algumas décadas, essa passou a ser a religião oficial do império. A partir daí, quase todos os habitantes do império romano se tornaram cristãos. Mas não é desse aumento numérico que Paulo fala na sua carta aos colossenses. Para ele, as evidências do verdadeiro crescimento, e que deveriam ser as marcas da igreja do Senhor Jesus, são a fé (v. 4) que produz fruto (v. 6), o amor visível entre os crentes (v. 4) e a esperança celestial (v. 5). Infelizmente, a maioria da população do império era de cristãos nominais, que não expressavam as verdadeiras marcas da igreja do Senhor Jesus.

Ao olhar para a sua própria vida, você consegue perceber, desde sua conversão, a verdade do evangelho “produzindo fruto e crescendo” (v. 6), como na vida dos colossenses? Avalie seu crescimento espiritual e peça ao Senhor que produza os frutos do verdadeiro cristianismo em você.

Semana 49 – Sábado

[2 Timóteo 3.16, 17]

Sola Scriptura, apenas as Escrituras. Esse foi um dos pilares da Reforma Protestante. Durante os últimos séculos da Idade Média, além de não ser lida nem ensinada na igreja, a Bíblia era toda em latim, impossibilitando o acesso da maioria dos cristãos à Palavra de Deus. Por causa disso, uma das primeiras iniciativas de Lutero foi traduzir as Escrituras para o alemão, para que os crentes de seu país tivessem acesso à Bíblia em sua própria língua. Após isso, a Bíblia passou a ser considerada a única regra de fé e prática dos cristãos. As verdades e doutrinas estabelecidas durante a reforma protestante, não apenas por Lutero, mas também pelos outros grandes reformadores do século XVI, baseiam-se exclusivamente nas Sagradas Escrituras. Para eles, confissões de fé, catecismos, declarações de fé devem ter a Bíblia como seu principal ponto de referência. Os reformadores criam na suficiência das Escrituras e essa é uma das principais marcas do movimento protestante. Essa convicção tem como uma de suas principais bases bíblicas 2Timóteo 3.16, onde é afirmada a inspiração e a suficiência de toda a Escritura para ensinar, repreender, corrigir e educar na justiça.

Que lugar a Bíblia ocupa em sua vida? É apenas um livro interessante, ou você compartilha da visão reformada de que ela é a “única regra de fé e prática”? Ore, reafirmando diante de Deus o compromisso de pautar sua vida na Palavra.

Semana 49 – Sexta-feira

[Gálatas 5.1]

Liberdade! Esse foi um dos maiores sentimentos que passou a dominar a Alemanha no século XVI. Martinho Lutero é considerado um libertador nacional: depois de séculos pagando impostos e se submetendo às ordens da Igreja Católica Romana, os alemães se viram livres daquela opressão. Libertaram-se também de ter que pagar indulgências para escaparem do purgatório, de ter que participar dos sacramentos para serem salvos. Livres em Cristo! Já não havia mais espaço para o medo e a insegurança. Cristo é o Cabeça e nEle há liberdade. Fomos salvos para vivermos a liberdade em Cristo. Essa foi uma das maiores afirmações da Igreja primitiva e uma das grandes ênfases teológicas de Paulo. Ao escrever para os gálatas, que estavam sendo enganados por sutilezas e mentiras, Paulo declara que eles foram chamados não para viverem submissos a nenhum jugo de escravidão, mas para experimentar a liberdade da salvação em Cristo.

Avalie sua vida. Como crente salvo em Jesus, você não depende de leis e regras estabelecidas pelos homens para ser aceito por Deus. Deve, sim, submeter-se à Palavra de Deus, buscando viver de modo santo e reto diante dEle. Esse é o bom uso da liberdade que Ele nos deu. Ore agora e louve a Deus por essa liberdade.

Semana 49 – Quinta-feira

[Romanos 1.17][Romanos 5.1, 2]

Apesar de ser doutor em teologia, monge agostiniano e professor na Universidade de Wittemberg, ao se defrontar com a verdade de Romanos 1.17, de que o justo viverá pela fé, Lutero teve seus olhos desvendados. Aquilo tranquilizou seu coração inquieto e os medos e as angústias que o atormentaram durante tantos anos foram substituídos por convicções e uma grande paz interior. Lutero compreendeu a completa obra de justificação feita por Jesus em nosso favor. Essa verdade tornou-se o tema central das suas pregações, contradizendo a teologia e as práticas da Igreja Católica Romana, que dava um grande valor às obras no processo de salvação. Pelo fato de Deus ter nos declarados justos, temos paz com Ele, por meio de Jesus Cristo. Essa paz com Deus dá-nos profundas convicções da nossa salvação, da nossa adoção, da nossa filiação em Cristo. Não há medos, inseguranças e temores para aqueles que foram declarados justos por Deus.

Adore e agradeça a Deus pela obra de Jesus em seu favor, salvando e tornando você um filho de Deus, trazendo paz entre você e Ele, libertando-o para serví-lO. Louve-O pelos milhões de pessoas que têm sido alcançadas pelo evangelho ao redor do mundo. Peça-Lhe uma oportunidade para compartilhar sua fé com alguém hoje.

Semana 49 – Quarta-feira

[Efésios 1.22][Efésios 5.23]

A Igreja Católica Romana afirma que Pedro foi o primeiro papa, a autoridade máxima da Igreja. Toma como base para isso a afirmação de Jesus em Mateus 16.18: “E eu lhe digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja e as portas do Hades não poderão vencê-la”. A autoridade papal foi crescendo no decorrer dos séculos até que, no final da Idade Média, o papa passou a ser considerado como o vigário de Cristo, o representante de Cristo entre os homens. Como bispo de Roma, ele tem a primazia sobre os outros bispos, sendo respeitado e considerado como o chefe, o cabeça da Igreja. Apesar do protesto de Lutero, o Papa continuou sendo honrado e venerado, a ponto de a igreja romana afirmar como dogma a infalibilidade papal. Isso contradiz claramente o que Paulo diz a respeito de Cristo e a Igreja em Efésios 1.22: Cristo, e não o Papa, é o Cabeça da Igreja.

O que você, que reconhece Cristo como o Cabeça da Igreja, tem feito no seu dia a dia para honrá-lO e dignificá-lO como tal? Seu modo de viver é uma prova de que Ele é, realmente, seu único Senhor? Por outro lado, honre e acate os líderes de sua igreja, valorizando o trabalho que fazem. Lembre-se, porém, de que são homens e jamais devem ser idolatrados. Ore por você mesmo e por eles agora.

Semana 49 – Terça-feira

[2 Pedro 2.1-3]

No texto de hoje, Pedro alerta os cristãos quanto ao surgimento de falsos mestres, de ensino destrutivo. Essa palavra profética de Pedro cumpriu-se com exatidão durante boa parte da Idade Média. Sem acesso às Sagradas Escrituras, os fiéis passaram a ser explorados por aqueles que detinham o poder religioso, com a venda de indulgências, as relíquias e os sacramentos. O povo, com medo de não obter a salvação, submetia-se às exigências da liderança religiosa. Por séculos, a Igreja, desviada de seu rumo, crescia em riqueza e poder, explorando um povo cada vez mais miserável e ignorante. Essa escravidão religiosa foi interrompida com a Reforma liderada por Martinho Lutero, que acusou diretamente os abusos e a corrupção do clero romano. Foi banido da Igreja Católica Romana e forçado a estabelecer uma nova igreja, que procurasse viver os princípios do Novo Testamento. Infelizmente, a prática de exploração dos fiéis não terminou com a Reforma. Mesmo entre as igrejas evangélicas, muitos líderes continuam a explorar seus fiéis, obrigando-os a pagar para obter as bênçãos espirituais.

Ore pela igreja brasileira, para que Deus dê a Seu povo o discernimento para recusar aquilo que é contrário à Sua palavra. Esteja preparado e disposto para reconhecer e denunciar, à luz das Escrituras (Ef 4.14, 15), esses abusos que sutilmente podem penetrar em sua igreja e enfraquecê-la.

Semana 49 – Segunda-feira

[1 Timóteo 4.1-3]

Quando o cristianismo se tornou a religião oficial do império romano, milhares de pagãos foram obrigados a entrar para a igreja, com suas práticas, costumes e doutrinas que macularam os ensinamentos da igreja e mudaram radicalmente muito de suas práticas. Essa influência persistiu durante os mil anos da Idade Média, produzindo um cristianismo paganizado, muito distante do que Jesus e seus apóstolos ensinaram. A Reforma Protestante, liderada por Martinho Lutero, procurou resgatar o verdadeiro ensino e prática da Palavra de Deus, conforme o modelo da igreja primitiva. O texto que lemos hoje diz que “nos últimos tempos alguns abandonarão a fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demônios”. É fato comprovado que, quando se dá ouvidos a doutrinas estranhas àquilo que Deus revelou em Sua Palavra, o resultado é o abandono da fé genuína. É preciso estar atento ao que ouvimos à nossa volta. Nem tudo o que é falado em nome de Deus vem realmente dEle.

Onde você tem aprendido sobre Deus? Na igreja, na TV, na internet? Aquilo que você aprende e pratica está de acordo com as Escrituras ou baseia-se em invencionices humanas? Confira tudo que você ouve com a Bíblia. Procure um cristão mais maduro para esclarecer suas dúvidas. Ore por discernimento para não ser influenciado por doutrinas que corrompem o verdadeiro evangelho.