DIÁRIO DE HORA SILENCIOSA

Semana 43 – Quarta-feira

[1 Reis 5.1-12]

Relacionamentos saudáveis produzem amizades cuja lealdade atravessa gerações. Assim foi a amizade entre Hirão e Davi. Sem comprometer a integridade do povo de Deus, Davi possibilitou aos israelitas boas e duradouras relações com o povo sidônio, mesmo depois de seu falecimento (v. 1). A iniciativa diplomática de Hirão (v. 1b) encontrou a lealdade de Salomão, exibida no modo como pediu apoio (v. 6a), na firmeza com a qual decretou o pagamento dos trabalhadores do povo vizinho de acordo com o estipulado (vv. 6b, 11) e na cordialidade com a qual reconheceu a superioridade da habilidade madeireira dos sidônios (v. 6c). Manteve-se assim, entre possíveis adversários, um relacionamento diplomático mutuamente beneficente tanto no curto como no longo prazo (v. 12).

Você tem demonstrado lealdade duradoura em seus relacionamentos? A honra ao nome de Deus tem sido prioridade no modo como você firma compromissos? É necessário honrar a Deus em tudo e em todo tempo, ter em mente o futuro enquanto lidamos responsavelmente com urgências no presente, para a glória de Deus. Uma vez que a glória de Deus é o objetivo central dos nossos compromissos, pense: diante de qual erro você está mais suscetível a cair? Do imediatismo irresponsável, que pode ser compassivamente escravizador? Ou do foco exacerbado no longo prazo, que pode ser cruelmente pragmático?

Semana 43 – Terça-feira

[2 Samuel 16.15-19][2 Samuel 17.1-6]

A tentativa de modular nossos posicionamentos de acordo com a maré mais favorável mina nosso testemunho. É preciso ser firme e sábio. O que estava em jogo neste episódio era a lealdade ao escolhido de Deus. Antes do golpe, Husai e Aitofel eram homens da confiança de Davi. Os pareceres de Aitofel, por exemplo, eram tidos como respostas do próprio Deus (2Sm 16.23). Ao ver a situação favorecer Absalão, faltou firmeza ao sábio Aitofel. Ele não teve escrúpulos ao trocar de lado, ao ponto de impossibilitar a plena reconciliação entre pai e filho (2Sm 16.21). Husai, por sua vez, além de firme foi sábio. Seu posicionamento público com palavras muito bem pensadas é irrepreensível diante de ambos os lados (2Sm 16.16, 19). Ele foi fiel ao escolhido do Senhor, aproximou-se de Absalão a pedido de Davi (2Sm 15.33-36), que nunca teve a intenção de fazer mal a seu filho, e possibilitou o retorno do rei.

O cristão deve defender a verdade, não por mero desencargo de consciência, mas porque sabe que é um agente de Deus para restabelecer a justiça e resgatar do erro. Para isso, precisa se voltar respeitosamente para o opositor com um chamado compassivo à reflexão. Alguns têm convicções louváveis, mas falham ao não se expressar de modo biblicamente correto. Outros se expressam corretamente, mas lhes falta coragem para submeter suas convicções ao crivo da Palavra. E a você? Falta firmeza à sua sabedoria? Ou, quem sabe, sabedoria à sua firmeza?

Semana 43 – Segunda-feira

[1 Samuel 28.3-19]

O poder é sedutor. Mexe profundamente com o orgulho. É por isso que algumas figuras carimbadas da política insistem em se expor em novas eleições apesar dos muitos inquéritos e da já consolidada condição financeira. O poder torna-se mais importante que tudo, mais que os bens, as pessoas e os princípios morais. Com Saul não foi diferente, diante da impossibilidade de acesso aos mortos. Jesus fala, ainda que hipoteticamente, da ineficácia de tal comunicação: nem o testemunho de alguém ressuscitado dos mortos conseguiria convencer quem ignora Moisés e os profetas (Lucas 16.31). Mesmo assim, muitos se escravizam ao engano de demônios (1Timóteo 4.1). É possível que Deus tenha excepcionalmente permitido que Saul tivesse contato com Samuel. É difícil dizer com certeza. O fato é que a invocação de espíritos é uma abominação aos olhos de Deus (Levítico 20.6), e Saul sabia disso. Mas, se de alguma forma isso o ajudasse a permanecer no poder, ele estava disposto a fazê-lo.

O que você seria capaz de fazer por poder? Abriria mão dos princípios da Palavra de Deus pela manutenção da posição de alguém ou de algum grupo político? Um caminho que se opõe à vontade de Deus não é uma solução, é uma estrada para a idolatria. É um atalho para conquistar ou manter algo que está tomando a centralidade de Jesus em nossa vida. Avalie seus conceitos e a forma como você tem se posicionado politicamente: eles revelam o caráter de alguém que pertence à luz ou às trevas?

Semana 42 – Domingo

[Mateus 13.24-28]

Deus criou o homem como um ser relacional. Além disso, Ele salvou um povo e o deixou para viver temporariamente numa sociedade onde predominam os descrentes. Como se não bastasse, dentro do convívio evangélico, nem todas as pessoas foram regeneradas por Jesus Cristo. Como é o Senhor da colheita que ordenará a separação, não somos capazes de determinar quem é o verdadeiro e o falso crente, e a ilustração do joio e do trigo deixa claro que ambos convivem nesta fase da história. Embora todos os cidadãos sejam responsáveis pelo bem da sociedade, só os salvos em Cristo têm uma missão que visa a eternidade, princípios absolutos e uma ética baseada na Palavra. Precisamos corrigir nosso coração e conduta com base naquilo que cremos, a Palavra de um Deus eterno que mandou Seu filho para morrer em nosso lugar. Nossas atitudes devem buscar influenciar a sociedade, na oração de que Deus nos use para transformar oposição em fé salvadora. Não devemos nos deixar influenciar pelo que o mundo prega, mas nos basear naquilo que é sólido e verdadeiro em Cristo.

Busque conhecer a Palavra de Deus intensamente. Ela vai transformá-lo e equipá-lo para que ser uma boa influência num mundo onde crentes e descrentes ainda vivem juntos. Deus deseja que sua vida espelhe Cristo e que você seja um agente para o progresso do evangelho.

Semana 42 – Sábado

[Mateus 13.24-30]

Desde a entrada do pecado no mundo em Gênesis 3 até os dias atuais, o mal está entre nós. As sociedades ao redor do mundo tomam diversas medidas para puni-lo, mas essas punições geralmente são limitadas, mal orientadas e servem como um mero paliativo. Em contrapartida, o que a parábola de hoje nos apresenta é a punição efetiva realizada por Deus, o Senhor justo e eterno juiz. Haverá uma separação definitiva entre bons e maus, entre os justos e os injustos (v. 30). De acordo com Romanos 3.24, “justos” são todos os que depositaram sua confiança no senhorio de Jesus Cristo. Estes são os que entrarão no “celeiro do dono do campo”, enquanto os maus e injustos serão lançados atados no fogo. O livro de Apocalipse pinta de forma bela e detalhada o fim de todas as coisas, inclusive do mal. Naquele dia, aqueles que por causa de Cristo sofreram pelos próprios pecados e pelo mal que há no mundo descansarão. No entanto, os que viveram exclusivamente para si, se submetendo às próprias paixões e aos prazeres que o mundo oferece, serão condenados eternamente. Glória a Deus pelo Cordeiro que venceu por nós! (Ap. 5.7-14)

Deus dará fim ao mal, como parte de Seu plano eterno. Nossa sociedade precisa ouvir sobre o julgamento de Deus, a manifestação definitiva de Sua ira futura sobre o mal e o pecado. Você tem proclamado as boas novas de salvação? Compartilhe essa mensagem com aqueles do seu convívio diário e desfrute o privilégio de pregar o evangelho que salva vidas (1Pe 1.12).

Semana 42 – Sexta-feira

[2 Pedro 3.8-13]

Um dos temas mais consoladores e reconfortantes da Bíblia é a volta de Cristo. Ela traz esperança, vigor na luta diária e nos motiva a uma vida de santidade. Numa sociedade sem real perspectiva, os cristãos podem oferecer ao mundo tudo aquilo que receberam de Jesus na cruz do calvário. O texto de 2Pedro 3.8-13 nos lembra daquilo que o Senhor fará. Ele virá como prometeu e fará justiça (v. 10), transformará tudo que existe e nos dará novos céus e nova terra. Sabendo de todas essas coisas, como viveremos neste mundo? A resposta está em dois conceitos do versículo 11: santidade e piedade. Enquanto aguardamos nosso Senhor voltar, devemos viver de modo reto e puro, refletindo um Deus santo que criou todas as coisas e que zela pela retidão moral do Seu povo. O segundo conceito é o da piedade, que já foi definido como “a verdadeira religião”: um relacionamento com Deus fundamentado na obra de Cristo e que se expressa em amor a Deus, temor dEle e desejo de conhecê-lO. É a piedade que torna genuínos práticas como a leitura da Palavra, a oração, a dedicação a uma igreja local e a proclamação da verdade aos perdidos. Quem vive assim tem a perspectiva certa e o amor necessário para ser usado por Deus hoje enquanto espera o amanhã.

Há uma ideia bem comum de que os crentes pensam tanto no mundo por vir que se tornaram inúteis para este mundo. Seja diferente amando a Jesus, purificando sua vida e mostrando às pessoas que o mundo melhor que elas esperam existe, embora não esteja aqui.

Semana 42 – Quinta-feira

[Mateus 10.24-31]

Você já esteve numa situação em que poderia ter impedido o mal de acontecer? Quantas vezes você já viu pessoas em situações ruins, mas não fez nada, assim como os outros presentes? Vivemos numa sociedade corrompida pelo pecado. Pessoas fazem o mal o tempo todo, seja por inveja, vingança, pelo simples prazer de ver o outro mal, etc. O texto de hoje nos mostra de quem devemos seguir os passos, a quem devemos imitar. No versículo 25, Jesus nos convoca a sermos como Ele em Seu proceder, falar e pensar. Jesus Se opunha ao mal em cada momento oportuno, como em Mateus 23.15, onde condena os fariseus por pregarem a Palavra de Deus para benefício próprio, enxertando nela suas regras e mandamentos. Não devemos temer sermos taxados de retrógrados, fanáticos ou coisas semelhantes, muito menos nos preocupar com nossa reputação diante das pessoas, família e amigos (v. 28). Precisamos entender que procedemos bem quando nos opomos ao mal e fazemos de tudo para inibi-lo; assim agradamos a Deus e mostrando Seu caráter ao mundo.

A tentação é grande, mas viver em função da aprovação das pessoas não é nada diante de agradar a Deus. É igualmente tentador deixar de testemunhar de Cristo com palavras e obras por medo de rejeição e represálias. Não se intimide: fortaleça-se em Cristo. Considere o que Ele fez por você e brilhe a luz de Cristo fazendo o bem.