DIÁRIO DE HORA SILENCIOSA

Semana 32 – Quarta-feira

[1 Samuel 18.1-9]

Barry Allen: “Quais são seus superpoderes, mesmo?” Bruce Wayne: “Eu sou rico.” Glória, grana e gatinha, a receita da felicidade para boa parte dos homens (que o diga a franquia Velozes e Furiosos). Homens querem ser admirados, e isso não é necessariamente um problema. A encrenca surge quando desejam a admiração pela admiração, por razões egoístas e meios errados, como se o mundo girasse em torno do umbigo deles. Não gira (isso vale para os Bruce Waynes e Dominic Torettos do mundo). Mas para Saul girava. Ninguém além dele poderia ser o centro das atenções, o ápice do sucesso, o paradigma do heroísmo. Saul foi um homem cujo centro da vida foi o próprio coração. Que sujeito inseguro e orgulhoso! Aliás, foi essa combinação explosiva que fez com que Deus o reprovasse como rei. Saul não quis aceitar que ser rei de Israel visava, sobretudo, levar o povo a admirar outra pessoa: Deus. Este seria o sucesso pleno: conduzir pessoas sob sua responsabilidade a amarem, admirarem e se submeterem a Deus. O rei que vencera tantos inimigos falhara no essencial: vencer o próprio orgulho. Não é à toa que Deus escolhe um homem afinado com Seu coração: Davi (1Sm 13.14). Entenda, o centro da história e da vida é Deus, não você. Vivemos na história dEle, e não o contrário. Isso muda tudo, especialmente nossa visão sobre poder e sucesso.

Você quer poder e sucesso para quê? Engrandecer o nome de Deus ou o seu? Lembrar que Deus é o centro da história muda sua perspectiva sobre sucesso e poder? Como? 

Semana 32 – Terça-feira

[João 4.5-20]

Vivemos numa cultura de objetificação da mulher. Isso quer dizer que a figura feminina está tão banalizada que foi reduzida à coisa, ao corpo, ao sexo. “Culpa da mentalidade patriarcal”, gritam as feministas. E em parte elas têm razão! Basta ver como as mulheres aparecem invariavelmente estereotipadas e hiper-sexualizadas na publicidade, além de programas e séries de TV. A sensualidade feminina vende, e embora o empoderamento feminino tenha pretendido virar esse jogo, só agravou o problema. A objetificação da mulher passou a servir também às mulheres. Lembra do Show das Poderosas? Pois é. O que já era tenebroso ficou pior. Mas o problema não é tão novo assim. Em João 4 conhecemos uma mulher que se auto-objetifica na tentativa de preencher seus vazios existenciais. Seus muitos relacionamentos e parceiros sexuais não dão conta de preencher uma sede na alma que é do tamanho de Deus. Não é por acaso, portanto, que Jesus Se apresenta como água viva que sacia a sede existencial de qualquer ser humano. Sexo e relacionamentos amorosos jamais darão conta disso. Se dessem, as pessoas logo ficariam satisfeitas. Mas foi Jesus quem saciou a sede daquela mulher. Ela creu nEle. Sua existência só fez sentido quando se encontrou, arrependeu-se e rendeu-se ao Seu Criador.

Uma mulher não se realiza através da objetificação de si mesma, mas na restauração e dignificação da sua feminilidade em Cristo. E você? Objetifica ou dignifica as mulheres? O que pode e deve fazer para dignificá-las? 

Semana 32 – Segunda-feira

[1 Reis 21.25, 26]

Ao criar homem e mulher, Deus os fez perfeitos e equilibrados quanto às suas disposições, emoções e papéis. Ele lideraria o mundo pelo exemplo, servindo e protegendo a sociedade com bondade; ela deveria auxiliá-lo na missão, encorajando-o com uma habilidade especial dada por Deus. Iguais, mas diferentes: perfeito! Ao menos até a Queda. Quando o pecado entrou em cena, tudo se perverteu, inclusive os papéis de ambos os sexos e suas disposições para com suas naturezas. O efeito do pecado na feminilidade indispôs a mulher para com sua maravilhosa natureza apoiadora, abrindo espaço para os desejos pecaminosos de ser dominada pelo homem ou usurpar a liderança masculina, como fez Jezabel. Do lado masculino o pecado dinamitou a disposição do homem em chamar para si a responsabilidade de liderar e proteger, escancarando as portas para o machismo opressor, de um lado, e a omissão covarde, de outro (como fez Acabe). Aliás, Acabes ainda proliferam: curtem funkeiras dominadoras, mulheres pegadoras, mamães onipresentes, esposas duronas ou pastoras poderosas. Haja insegurança…

O mundo precisa de homens de verdade, dispostos a reassumir a função delegada pelo Criador no início da humanidade. Andar com Cristo e depender do Espírito permite que homens e mulheres cristãos busquem, promovam e celebrem o resgate da masculinidade digna. Encara o desafio? O modelo de masculinidade que você admira seria aprovado por Deus? Que tipo de legado Deus espera de um homem digno? 

Semana 31 – Domingo

[Romanos 6.1-4]

Ninguém pode servir a dois senhores, nem servir a senhor nenhum. Quando nosso antepassado Adão cometeu seu primeiro pecado, entregou a raça humana para ser escrava do pecado – uma disposição interior tanto autodestrutiva quanto oposta a Deus. Essa escravidão só é desfeita quando nos rendemos a Cristo, mas a liberdade que Ele nos dá não é liberdade para vivermos como ímpios. Se você não se comprometer em obedecer a Cristo, voltará a obedecer aos desejos autodestrutivos e rebeldes contra Deus que caracterizaram sua vida antes de conhecê-lO. É por isso que Paulo, no texto de hoje, esclarece que ser salvo é ter sido unido a Cristo em Sua morte e ressurreição. Quando Ele morreu, morremos também. Quando ressuscitou, ressuscitamos também: recebemos a libertação do pecado para podermos obedecer a Deus. A graça de Deus não nos liberta para pecar, mas liberta de pecar – não no sentido de que não pecamos mais, mas de que podemos obter vitória sobre o pecado e viver “uma vida nova” (v. 4).

Quem se diz salvo mas vive como ímpio, na melhor das hipóteses, ainda não entendeu a salvação que recebeu de Cristo. Na pior das hipóteses, ainda nem recebeu essa salvação, pois talvez ainda viva sob o domínio do pecado, sem a presença do Espírito, que nos impele à obediência a Deus. Cuidado com a liberdade que você deseja! Avalie sua condição espiritual e comprometa-se em ser escravo de Cristo. O caminho alternativo é de morte (Rm 6.21-23).

Semana 31 – Sábado

[Colossenses 3.17]

No texto de hoje, Paulo nos orienta a fazermos tudo em nome do Senhor Jesus, dando graças a Deus Pai. Mas por que devemos fazer isso? Em Colossenses 1.15-20 temos a resposta. Paulo diz que nEle (Cristo), todas as coisas foram criadas, as visíveis e invisíveis, nos céus e na terra (v. 16). “Ele é antes de todas as coisas, e nEle tudo subsiste” (v. 17). Esses dois versículos exemplificam muito bem por que devemos fazer todas as coisas em nome do Senhor Jesus, dando graças a Deus Pai. Tudo é sobre Ele, nada é sobre nós. Na história do plano perfeito de Deus para a humanidade, o homem não é o centro da história, mas Cristo. Ele é o protagonista. À medida que entendemos o nosso papel na história, nos tornaremos mais humildes e menos mimados. Mais humildes, porque não podemos fazer nada sem a chancela de Jesus, e menos mimados porque não merecemos nenhum reconhecimento ou glória. Por isso agimos como agimos e fazemos o que fazemos, com o único propósito de glorificar a Deus por meio de Cristo (1Co 10.31; Rm 11.36).

Por causa do nosso egocentrismo e autossuficiência, muitas vezes deixamos Deus à parte de nossa vida. Gloriamo-nos pelos nossos feitos e conquistas, sem dar o devido reconhecimento a Deus. Aproveite o dia de hoje para meditar na Sua grandeza e em tudo que Ele tem feito em sua vida. Louve-O por isso.

Semana 31 – Sexta-feira

[1 Pedro 3.13-17]

Esta carta de Pedro foi escrita para uma igreja dispersa, espalhada no meio de povos pagãos. Não é de espantar que aqueles irmãos sofriam todo tipo de perseguição tanto de autoridades, como de pessoas do próprio povo. Contudo, isso não era motivo para se esconderem ou para partirem para o embate direto. Muito pelo contrário, Pedro os instrui a adotarem duas atitudes básicas. A primeira é a prática do bem, que já pode, sozinha, desarmar muitos inimigos. Mas se a prática do bem não cessar os sofrimentos causados pelas perseguições, a orientação de fazer o bem permanece a mesma. Com o tempo, os perseguidores ficarão constrangidos e, quem sabe, curiosos para entender o nosso comportamento. Daí entra a oportunidade para a segunda atitude: compartilhar o evangelho de Cristo, razão da esperança de todo cristão, que os move a praticar o bem. Como podemos perceber, uma coisa está associada a outra. O que fazemos deve estar de acordo com o que falamos, e vice-versa. Ou seja, a coerência entre essas duas atitudes é fundamental para nosso testemunho diante de todos.

Vivemos num mundo hostil ao evangelho. Os ataques podem ser explícitos ou disfarçados, mas existem. Devemos estar atentos nos posicionar de forma coerente com nossa fé em Cristo. Peça a Deus graça para resistir aos ataques do inimigo e para dar um bom testemunho onde estiver.

Semana 31 – Quinta-feira

[Romanos 14.13]

Em todo o capítulo 14 (leia-o todo, se puder), Paulo fala de não julgarmos o próximo, principalmente o irmão que for mais fraco na fé. Nosso versículo de hoje nos exorta a vivermos uma vida que não faça o irmão cair. Cristo não só nos liberta da escravidão do pecado, como também nos motiva a viver uma vida que aproxime mais os nossos irmãos de Deus, por meio do Seu amor que nos une. Existem irmãos nossos que são fracos na fé e podem cair em pecados que para nós já não são mais problema. É nosso dever não julgar (no sentido de criticar ou condenar) esse irmão, mas buscar ajudá-lo em sua caminhada de fé, para que conheça mais a Deus e a Sua Palavra. Esse cuidado para com o próximo deve balizar não só o que fazemos, mas o que deixamos de fazer. Por exemplo, nós continuamos sendo livres para fazer o que quisermos, segundo nossa liberdade em Cristo, mas muitas vezes o mais prudente é abdicarmos desse direito para não escandalizarmos ou sermos pedra de tropeço para algum irmão. Não se trata, contudo, de temer a homens, mas de amá-los.

Pense agora em problemas que talvez você já tenha tido com algum irmão que se escandalizou com alguma atitude sua, e que você não considerava um pecado. À luz da Bíblia, quem tinha razão? Se aquilo realmente foi um pecado, peça perdão a Deus e a esse irmão. Se não foi pecado, pense em medidas práticas que você pode tomar para não fazer outro crente tropeçar.