DIÁRIO DE HORA SILENCIOSA

Semana 4 – Sexta-feira

[Neemias 5.1-19]

Em vez da adversidade vinda de fora (capítulo 4), o capítulo 5 fala de problemas internos, especificamente a extorsão. Havia falta de comida, a necessidade de hipotecar terras e casas, empréstimos visando impostos e até escravidão – tudo provocado pelos “irmãos judeus”. Isso deixou Neemias furioso. Ele convoca uma grande reunião e repreende os responsáveis. Veja nos versículos 7 e 8 o lado negativo da repreensão, e então note a recomendação positiva do versículo 9: “Vocês devem andar no temor do Senhor”. Dá para perceber que o temor do Senhor está se tornando um dos grandes temas do livro. Depois de desafiar os culpados a restituir o que haviam estocado, ele cita o seu próprio exemplo, mais uma vez mencionando o temor do Senhor. E no fim do capítulo, Neemias faz mais uma oração relâmpago.

No versículo 9, Neemias diz que o povo deve andar no temor do Senhor para evitar a zombaria dos outros povos e dos inimigos. Vamos inverter essa declaração negativa em um desafio positivo. Vamos andar no temor do Senhor para refletir a graça dEle para outros povos. E além de povos distantes, vamos incluir no nosso alvo as pessoas da nossa casa, da vizinhança, da escola, do serviço e de qualquer outro contexto. Vamos transformar o desafio de Neemias em uma oração relâmpago nossa: “Ó Deus, ajuda-me a andar no temor do Senhor hoje”.

Semana 4 – Quinta-feira

[Neemias 4.1-23]

Este capítulo fala de adversidade e dependência. A descrição da adversidade começa com a zombaria dos inimigos nos primeiros três versículos, e continua nos versículos 7, 8 e 12, com o plano de atacar. E no versículo 10 vemos um resultado: desânimo. Mas o povo lembra que a melhor resposta à adversidade é a dependência no Senhor. Note as orações deste capítulo: nos versículos 4 e 5, eles oram contra os inimigos. No versículo 9, eles fazem o que parece ser mais uma “oração relâmpago”. No versículo 14, Neemias relembra o povo que o Senhor é grande e temível. Vemos o resultado dessa dependência na própria construção (v. 6), na descoberta do plano do inimigo (v. 15), e na preparação da defesa (começando no versículo 13 até o fim do capítulo), incluindo o uso da trombeta no versículo 20.

Existem adversidades na sua vida? Há algo que pode levá-lo ao desânimo? Você vê evidências de um inimigo atuando perto de você? Lembre o que Neemias já lembrou várias vezes nestes primeiros capítulos – o Senhor é “grande e temível”. Além de ser maior do que qualquer adversidade, Deus é “temível”. Temor inclui respeito e reverência, mas também reflete aquele tipo de medo positivo que um filho tem do pai amoroso e amigável, mas também exigente em relação à obediência. Deixe a adversidade da sua vida o levar para uma completa dependência do Senhor.

Semana 4 – Quarta-feira

[Neemias 3.1-32]

À primeira vista, este capítulo – uma longa lista de nomes – pode parecer uma leitura tediosa e sem muito significado. Há, porém, nele vários elementos interessantes, que demonstram que Neemias tinha excelentes qualidades como líder. O capítulo descreve a maneira que Neemias levou adiante a reconstrução dos muros. Observe como ele promoveu motivação: distribuiu o trabalho de forma que cada um trabalhasse na frente de sua própria casa. Com certeza, cada pessoa queria que essa parte do muro fosse a melhor proteção possível para sua família. Neemias também promoveu cooperação. Veja quantas vezes aparecem no capítulo frases como “ao lado dele”, “depois dele”, “junto a ele”, e outras semelhantes. Neemias conseguiu envolver quase todos, mesmo aqueles que não estavam acostumados ao trabalho braçal. A lista inclui ourives, perfumistas, comerciantes, governadores de distritos, sacerdotes, servos do templo, e até mulheres. Os homens de Tecoa até trabalharam em dois trechos do muro, mesmo que seus nobres tenham recusado o serviço. Essa é a única menção a alguém que não cooperou.

Avalie o seu trabalho hoje como líder e como alguém debaixo de um líder. Como vai a sua motivação e a sua cooperação? Você está disposto a fazer mais do que o exigido, como os homens de Tecoa?

Semana 4 – Terça-feira

[Neemias 2.11-20]

Quando Neemias chegou a Jerusalém, deixou passar três dias e uma noite antes de compartilhar seus planos com os outros. Naquela noite, montado num animal, ele saiu da cidade pela Porta do Vale, situada no lado sudeste de Jerusalém. Seguiu o muro para o sul e então para o leste, fazendo o contorno da cidade (não está claro se ele deu a volta completa ou, por causa dos escombros, voltou pelo mesmo caminho). O versículo 16 menciona as pessoas importantes da cidade, mas nem com elas Neemias compartilhou “o que Deus havia posto” em seu coração (v. 12). Só no versículo 17 ele fala com todo o povo. É impressionante ver como Neemias consegue animar a todos para a reconstrução dos muros. Chama atenção para “a situação terrível” em que se achavam, menciona novamente a bondosa mão de Deus, e acrescenta o patrocínio do rei. Note a resposta tão animada do versículo 18. No próximo versículo, os adversários aparecem: Sambalate, governador de Samaria ao norte, Tobias, governador de Amom ao leste, e Gesém, chefe de uma região ao sul. Em contraste, Neemias só reconhece aquele que está acima de todos: o chefe dos céus.

Nos planos que temos para hoje, para o resto da semana ou para o futuro, sigamos o exemplo de Neemias e não sejamos precipitados. Tomemos o tempo necessário para avaliar a situação atual, ouvir o conselho de autoridades e ter certeza que os nossos ouvidos estão atentos ao Deus dos céus.

Semana 4 – Segunda-feira

[Neemias 2.1-10]

Este capítulo começa quatro meses depois do capítulo 1. Parece que a tristeza de Neemias durou todo esse tempo, mas só agora ele a demostra ao rei. Este quer saber por que e deixa Neemias com medo de perder a própria vida. O livro de Ester fala que ninguém vestido de pano de saco (indicando luto ou tristeza) tinha permissão de entrar no palácio. Neemias responde honestamente falando da triste situação em Jerusalém. Em resposta à oração do primeiro capítulo (que também deve ter continuado por quatro meses), o rei mostra interesse. Nos versículos 4 e 5, Neemias faz uma “oração relâmpago”, demonstrando que, mesmo na hora do aperto, ele continua ciente da presença e interesse de Deus. Nos versículos 5 a 8, a resposta de Neemias demonstra que ele já tinha um propósito bem definido e um plano preparado. Além disso, reconhece que “a bondosa mão de Deus” estava sobre ele. Nos versículos 9 e 10, vemos o início da realização do plano, como também o início da resistência.

Mesmo não sabendo como o futuro se abriria à sua frente, Neemias tinha um propósito e planos. Ainda mais importante: seu propósito e seus planos estavam debaixo da bondosa mão de Deus. Pense na sua vida como um jogo de xadrez entre Deus e Satanás: você é uma das pedras, precisando formular propósito e planos. Certifique-se de que eles estão sujeitos à bondosa mão de Deus, e não à mão do inimigo.

Semana 3 – Domingo

[2 Samuel 12.1-12]

Semancol [informal] – capacidade para se aperceber do seu erro ou da inconveniência de uma ação ou afirmação (fonte: www.priberam.pt). Às vezes, estamos tão alheios à vida, que precisamos de um amigo para nos dar esse remédio. Davi tinha seduzido Bate-Seba ao adultério e enviado o marido dela à morte, e ainda não tinha percebido o mal que cometera. Dê uma olhada em 2Samuel 11.26, 27. Alguém precisava dar uma dose cavalar de semancol para o rei, e só um foi amigo suficiente para fazê-lo. Note, porém, que Natã foi amigo de Deus primeiro, agindo em obediência a Ele ao confrontar Davi (v. 1). E veja que Natã não chegou apontando o dedo e esbravejando nem chegou passando a mão e dizendo, “Eu entendo”. A parábola foi a forma de mostrar a Davi o que era mau. Agora olhe o que Natã diz quando Davi se ira com o vilão da história (vv. 7-9). Agora, sim, Natã apontou para os pecados de Davi, dando nome às perversidades que ele cometera diante de Deus. E esse é o detalhe importante: DIANTE DE DEUS. Veja o que Davi diz no salmo 51.4.

Um sinal de uma amizade verdadeira é a coragem de dizer duras verdades, de confrontar o erro, advertir sobre as consequências de más atitudes e fazer o próximo voltar-se para Deus. Essa é a amizade que agrada a Deus, o qual nos fez responsáveis por ajudar uns aos outros a andar em santidade (1Ts 5.11). Se você tem um amigo como Natã, apegue-se a ele. E, em obediência a Deus, esforce-se para ser um amigo assim também.

Semana 3 – Sábado

[2 Timóteo 4.9-16]

Perseguido e preso sob o imperador Nero, Paulo sabia que estava prestes a morrer. À exceção de um, todos os seus amigos mais leais estavam longe. Outros amigos menos leais o tinham abandonado. Note, porém, que Paulo não roga praga, não xinga nem diz nada a respeito de Demas (Cl 4.14; Fm 24) exceto pela descrição da atitude de amar a este mundo e partir. (Lembra que amigo bom é amigo de Deus primeiro?) Mesmo contra aquele que realmente tentara o prejudicar, Paulo apenas expressa sua esperança na justiça de Deus e um aviso. Como amigo e discipulador, Paulo deixa a Timóteo o exemplo de serena confiança em Deus em tudo, a ponto de não fomentar ressentimento ou ódio. Mesmo ao falar sobre sua primeira defesa (v. 16), Paulo não deu importância para quem o abandonara – nem citou nomes. Antes, seu foco estava no Senhor e na sua missão (v. 17). Finalmente, veja que Paulo não era avesso a rever seus conceitos. O jovem Marcos, o qual ele julgara inconstante anos antes (At 15.36-41), agora recebe uma descrição bem diferente (v. 11).

Um sinal de amizade é impedir que o ressentimento finque raízes no coração do próximo, bem como no próprio. Quantas vezes, na hora do desabafo, lançamos mão de insultos para descrever quem nos prejudica? Quantas vezes, na injúria contra quem prejudicou nosso amigo, não damos vazão à ira para demonstrar nosso apoio? Quantas vezes deixamos de reatar laços por causa de ressentimentos passados? Amigo de verdade cultiva o perdão e a confiança na justiça de Deus.