DIÁRIO DE HORA SILENCIOSA

Semana 39 – Quarta-feira

[Josué 4.1-4, 19-24]

Lembro que, quando eu era criança, meus pais sempre falavam a meus irmãos e a mim sobre algumas de suas experiências de infância e juventude. Lugares que visitaram, atividades que tinham, e até mesmo coisas das quais se arrependem. Creio que muitas dessas vezes estavam apenas relembrando e querendo apenas compartilhar. Outras vezes, porém, notei que eles realmente queriam que nós aprendêssemos algo. É verdade que nem sempre queríamos ouvi-los, mas muito do que nos ensinaram foi em momentos como aqueles. Agora que sou adulto, também compartilho minhas lembranças como meus filhos, na esperança que aprendam algo, principalmente no que se refere aos ensinamentos de Deus. Aquela nova geração, guiada por Josué, estava ansiosa para finalmente entrar na terra prometida, mas era muito importante que se lembrassem do que Deus havia feito para que pudessem estar ali. Por isso Deus mandou construírem um altar, um memorial com pedras do centro da travessia do rio Jordão. E o memorial não era apenas para eles, mas para ensinarem seus filhos e netos sobre o poder e amor de Deus.

Muito do que você está vivendo hoje, suas lutas, derrotas e vitórias, permanecerão em sua memória, e será de grande valor, principalmente se você conseguir visualizar o que Deus fez por você em cada um desses momentos. Certamente será uma lição preciosa para você, seus filhos e netos, ainda que eles possam demorar a vir.

Semana 39 – Terça-feira

[Josué 3.1-8, 14-17]

Paisagens com água, sejam de praias, lagos ou rios, geralmente transmitem paz. Quando, porém, temos que passar da contemplação à confrontação, essas mesmas águas podem se tornar obstáculos. Uma praia proibida para banho ou um rio com correnteza forte são riscos que devem ser evitado. O povo de Israel, ao sair do Egito, precisou atravessar o mar vermelho e, agora, no final de seu percurso, estava diante de novo obstáculo: o rio Jordão. 40 anos antes Josué já havia visto o mar se abrindo, mas a maior parte daquela nova geração apenas tinha ouvido a história. Agora Deus repetia o feito, e com um objetivo específico: mostrar ao povo que Ele estava com Josué, assim como esteve com Moisés. Isso não significa que Josué era bom demais, mas que Deus o havia escolhido. O Deus que tem poder sobre a natureza escolhe e capacita aqueles que vão cumprir Seus planos. Josué creu, os sacerdotes obedeceram, as águas do Jordão se abriram e o povo atravessou a pés secos! E a arca elevada, aos olhos de todos, no meio da travessia, deixou bem claro que o poder repousa sobre o Senhor, e não sobre homens.

Deus quer usar você como filho dEle. E como cristão no mundo, os obstáculos sempre aparecerão. Mas Ele abriu o mar, abriu o rio, e abrirá qualquer caminho que quiser para você passar. Ele tem poder para isso! E você? Tem disposição para servir ao Senhor? Está disposto a confiar no poder dEle?

Semana 39 – Segunda-feira

[Josué 2.1-24]

Muitas pessoas cruzaram o caminho de Josué, e uma delas, com uma história realmente curiosa, foi a prostituta Raabe. Isso mesmo, uma prostituta. Quando observamos o caráter de algumas pessoas que Deus usa, podemos pensar que Ele pode salvar pessoas bem piores que nós. Mas será que essa mulher era bem pior que nós? Sabemos que, em qualquer cultura, a prostituição não concede a ninguém uma posição de honra. Diante de Deus, porém, todos que flertam com o pecado, de alguma forma se prostituem, sendo infiéis a Deus. Enfim, o que faz diferença não é o seu nível de pecado, mas a fé em que Deus pode mudar qualquer situação, inclusive a sua. Raabe, apesar de prostituta em uma nação pagã, conhecia algo sobre a Palavra de Deus (v. 9), sabia do Seu poder (v. 10) e agiu contra o seu próprio povo na esperança de uma nova vida “do lado certo”. Ela experimentou o mundo, mas nele não encontrou satisfação. Sabemos o fim da história. Por sua coragem em esconder os espias e sua esperança na graça divina para ser salva, Raabe não só saiu ilesa da destruição de Jericó (Js 6.17, 23), como tornou-se uma princesa do povo (ao casar-se com um príncipe, Salmom – cf. Nm 7.12) e ascendente do Messias (Mt 1.5).

A história de Raabe nos mostra que há esperança para qualquer pessoa. Há esperança para você, por pior que possa estar a sua vida, e há esperança para aqueles que talvez você esteja desprezando. Creia em Deus e em Seu poder para transformar qualquer pessoa; qualquer situação.

Semana 38 – Domingo

[Colossenses 3.23, 24]

Colossenses é um dos livros favoritos da Bíblia para muitos crentes, talvez porque fale a um contexto muito parecido com o nosso: uma igreja bastante secularizada, tentando conciliar fé e ciência a partir da ciência secular; uma igreja com medo de sofrer ou de perder os “privilégios” da mornidão espiritual. Nessa carta, Paulo fala sobre o motivo e a motivação da nossa fé, que apesar de serem coisas parecidas, não são idênticos. O motivo tem a ver com fatores. Motivação tem a ver com o processo que nos leva a alguma coisa. O motivo para vivermos uma vida cristã plena é que já recebemos tudo o que precisávamos receber de Cristo para esta vida (2.9). A motivação é que aquele que nos deu tudo é a quem prestaremos contas no final. Precisamos tomar decisões como se fosse para Cristo porque no final, é para Ele.

Mesmo sabendo o motivo de nossa existência, é muito fácil perder a motivação para uma vida cristã adequada. Talvez hoje seja o dia de você pedir a Deus um up na sua motivação. Talvez lhe falte “trazer à memória” coisas que lhe trazem esperança, como disse o profeta Jeremias. Por outro lado, seu dia pode ser um dia de motivar outros a viver a vida cristã. Mande um verso bíblico para algum amigo da igreja, pelo celular. Poste algo para alguém no Facebook, algo de valor. Ore com alguém, mesmo que seja num local público. Existe apenas um motivo para viver: Cristo, e a motivação é que nos encontraremos com Ele em breve. Respire isso hoje.

Semana 38 – Sábado

[2 Coríntios 9.6-10]

Deus sempre Se interessou mais pelo coração do que pelo rito. O coração é a origem de tudo, onde se mostra a real devoção. Não existe devoção se o coração não a deseja. Podemos perceber isso desde o Antigo Testamento, como em 1Samuel 15.22 e Malaquias 1. Deus que de nós novas atitudes, mas quer também que elas sejam sinceras. Infelizmente, na concepção de muitas igrejas e instituições supostamente evangélicas, o que este texto está ensinando é que você precisa dar mais para receber mais. O foco está na pessoa, que continua mundana e voltada para as coisas desta vida. Observe, porém, que o que a semente faz brotar não é mais dinheiro, mas sim “frutos da sua justiça” – Paulo está indicando que a razão de Deus fornecer sementes é para que ela seja semeada de bom grado, a fim de que, no tempo devido, dê frutos espirituais (confira os “todos” do verso 8).

O nosso amor pelo reino dos céus deve ser sincero, sem objetivos ocultos ou visando enriquecimento próprio. Nenhum cristão deveria ser obrigado a amar o reino dos céus; esse amor deveria acontecer como consequência de um relacionamento íntimo e pessoal com aquele que comanda o reino. Por outro lado, não amar esse reino é sinal de que se está distante ou afastando-se dele. Faça ofertas, dê seu dizimo, contribua com sua força e seus bens materiais pura e simplesmente como um reconhecimento intencional e voluntário. Deus ama quem dá com alegria.

Semana 38 – Sexta-feira

[2 Coríntios 8.7-15]

Quando pensamos na igreja de Corinto, é fácil lembrar de seus sérios problemas de “RH”: pecados sérios não tratados, problemas relacionais, problemas para todos os lados. Apesar disso, Paulo os considerava um grupo de gente convertida (1Co 1.2; 6.11). Além disso, nosso primeiro versículo de hoje deixa claro que eles eram cristãos que se destacavam em várias áreas – e aqui Paulo não estava sendo irônico, como em outras partes da carta. Faltava-lhes, porém, serem esclarecidos quanto à prática de ofertar. Para o salvo, estar pronto para contribuir é mais que uma questão financeira; é uma questão de compreender aquilo que Cristo fez por ele, bem como sua responsabilidade em relação a outros que estão em situação de necessidade.

Uma das áreas que mais dói no ser humano é o bolso, e falar sobre contribuição financeira se tornou um tabu. Pedir uma doação em alguns ambientes de igreja pode até ofender. Prefere-se não tocar no assunto do famigerado dinheiro a ser comparado aos “mendigos espirituais” da televisão. Fugimos de um extremo para errar no outro. A contribuição deve fazer parte da vida do cristão; na verdade, deveria ser um prazer para o crente. Desprender-se um pouco de cada vez e ajudar no Reino pode ser um excelente exercício de desapego dos valores deste mundo, para trocá-los por valores de um mundo muito melhor.

Semana 38 – Quinta-feira

[Gênesis 39.1-6]

Integridade é aquilo que você é quando ninguém está olhando. José não era exatamente um rapaz perfeito: não soube lidar com o relacionamento com os irmãos nem compartilhar de maneira sábia seus sonhos e expectativas. Ele é o que se poderia chamar de “sem noção”. José teve que aprender na prática a humildade e a noção de seu próprio lugar. Apesar de tudo isso (ou quem sabe como fruto desse aprendizado), José tinha firme em seu coração que era o Deus a quem servia que definia quem ele era. Ele precisou afinar alguns passos e processos em seu relacionamento com os outros, mas tinha firme que seu relacionamento com Deus era essencial para sua identidade. José preferiu perder privilégios e status quando se viu longe de casa. José foi traído por seus irmãos, oprimido por seu patrão, esquecido por aqueles a quem ajudou; decidiu, porém, não trair a Deus.

Como é fácil nos vendermos! Trocamos um relacionamento com um Deus eterno por benefícios momentâneos. Nada vale o benefício de estar de bem com Deus. Nada. Nenhuma oportunidade, prazer, promoção, relacionamento, aumento salarial, diploma, aceitação de grupo, namoro, moda ou filosofia. Nenhuma estabilidade tem mais valor que um relacionamento de integridade com Deus. José precisou de mais de vinte anos para poder perceber os resultados benéficos da integridade. Não se assuste se eles não forem imediatos. Tenha por certo que vale a pena.