DIÁRIO DE HORA SILENCIOSA

Semana 52 – Domingo

[Provérbios 18.20, 21]

Quantos anos você tinha quando comeu caju (ou caqui) pela primeira vez? Quando eu era criança, comi caju porque fiquei enfeitiçado pelo cheiro delicioso, e porque já conhecia o suco dessa fruta (ainda que concentrado). Porém, a sensação de experimentá-la foi um misto de prazer e frustração: embora tenha gostado muito, fiquei com a boca “amarrada” por horas, pois o caju não estava muito maduro. Voltemos ao texto de hoje. Comer de um fruto plantado nem sempre é agradável, e pode significar consequências catastróficas para a nossa vida e a das pessoas que atingimos. Em contraste, a palavra proferida de maneira sábia manifestará bons frutos, colhidos na hora certa. Veja que o versículo fala de morte, mas também de vida; se é verdade que podemos usar nossas palavras para o mal, é igualmente certo que o bom uso da língua abençoará outros e encherá nossa vida de bênção e alegria. O que sair de sua boca como palavras voltará multiplicado de alguma forma para você mesmo, promovendo ou atrasando sua caminhada com Cristo.

Quais são alguns bons usos que você pode fazer da sua língua? Como suas palavras podem promover o reino de Deus na vida das pessoas? Quantas dessas possibilidades você pretende praticar neste dia, sob o controle do Espírito Santo?

Semana 52 – Sábado

[Provérbios 29.1]

A tradução da Bíblia A Mensagem apresenta esse texto da seguinte forma: “Quem odeia a disciplina e se mostra cada vez mais teimoso, num dia inesperado, verá sua vida desabar, mas será tarde demais para receber ajuda.” Ou seja, quando continuamos a insistir no erro mesmo depois de sermos disciplinados, arcamos com as consequências, e essas são terríveis e irremediáveis. Este é o antepenúltimo capítulo de Provérbios, mas no capítulo 1, a sabedoria já havia alertado sobre o fim certo de quem despreza suas repreensões (1.24-33). Enquanto não nos arrependermos e buscarmos a graça infinita do Senhor Jesus, continuaremos a descer mais e mais até ser tarde para recebermos ajuda. Por isso, hoje é o dia para emendarmos nossos caminhos. Humilhe-se diante de Deus e busque em Sua Palavra a saída para seus problemas. Aceite a repreensão e mude seu estilo de vida. Arrependa-se e consagre-se totalmente ao Senhor Jesus.

O que você aprendeu nesta semana sobre a importância de uma palavra dita no momento certo, da maneira certa? E em quais áreas você foi desafiado a ouvir a repreensão e corrigir suas atitudes? Que a Palavra de Deus esteja gravada em nosso coração, para que a nossa boca fale sobre palavras abençoadoras e carregadas da sabedoria divina.

Semana 52 – Sexta-feira

[Provérbios 19.20, 27]

Quando eu era criança, todas as vezes que meu pai comprava um novo produto eletrônico, pedia que eu o instalasse. Então, primeiro eu pegava o manual de instruções. Claro que nem sempre eu o lia inteiro, pois quando o aparelho começava a funcionar, eu o colocava de lado, como se não fosse mais necessário. A sabedoria se adquire; não é um dom com o qual você nasce ou não. Precisamos exercitá-la diariamente, ouvindo, aceitando e, principalmente, praticando suas instruções. Se pararmos de ler a Bíblia e fecharmos os ouvidos aos nossos pais, líderes da igreja, professores, amigos, que amorosamente nos oferecem a instrução, nos afastaremos dos preceitos de Deus e, consequentemente, das palavras que dão conhecimento. Mesmo quando eu lia o manual do produto até o fim, depois de um tempo e quando surgia uma dúvida, eu precisava recorrer a ele. Da mesma forma, devemos voltar constantemente à Palavra para saber que direção tomar quando não tivermos certeza do caminho a percorrer.

Saul foi um rei que julgou que sua posição fazia dele superior às demais pessoas e a Deus. Ele se achava capaz de tomar decisões sem precisar de qualquer instrução ou conselho. Por conta disso, acabou seu reinado de maneira melancólica e morreu a trágica morte de um tolo. Seja sábio, ouça conselhos e aceite instruções.

Semana 52 – Quinta-feira

[Provérbios 10.13][Provérbios 17.10][Provérbios 26.3]

Imagine um guarda de trânsito que nunca aplica uma multa, apenas grita e gesticula diante de uma infração. Logo ele não será sequer notado. Deus não é assim. Ele não é amigo da dor (Lm 3.33), mas conhece sua eficácia e a usa quando não há outra maneira de nos corrigir. E em muitos casos, ele nos disciplina fisicamente. Falar de dor é pedir para ser xingado em um mundo hedonista. Provérbios, porém, fala da disciplina física como cura para a insensatez infantil (22.15; 29.15) e adulta (os versículos de hoje)! Veja que primeiro Deus FALA conosco (17.10). Quando as advertências da Palavra e de outras pessoas não nos convencem, Ele BATE. Sua vara pode ser uma enfermidade ou outra aflição, ainda que nem toda doença ou problema seja sinal de pecado (lembre-se que Jesus também sofreu). É necessário que avaliemos o nosso coração em cada caso, ouçamos a repreensão e tomemos a decisão de mudar. Na literatura sapiencial bíblica, os equinos são famosos por só atenderem quando apanham (Sl 32.8-10). Que nenhum de nós sofra por ser um crente burro, que “só pega no tranco”.

Da mesma forma que uma criança necessita de castigo físico para assimilar alguns conceitos de vida, que nosso agir seja sempre sábio, e que aprendamos a sempre atender a Palavra, como nosso primeiro e suficiente instrumento de correção.

Semana 52 – Quarta-feira

[Provérbios 26.4, 5]

Sarcasmo é empregar o escárnio para ofender ou afrontar. Ironia é sugerir algo, dizendo o contrário do que as palavras significam. Essas figuras de linguagem são normalmente usadas para destruir, mas Provérbios recomenda um uso legítimo, para não falar necessário. Há situações em que é preciso calar aquele que, com suas palavras e conduta, zomba do Senhor. Alguém precisa colocá-lo em seu devido lugar, pois sendo imoral, blasfemador e cínico, acha que pode falar o que quiser. Mas quem é capaz de responder a esse tolo sem descer ao seu nível? A receita é: use sua sensatez para mostrar a ele e àqueles que lhe “deram IBOPE” que há um caminho melhor. Para isso, dedique-se a conhecer as Escrituras, e leia bons apologetas cristãos do passado e do presente (teólogos e filósofos que defenderam com maestria a fé cristã). E tempere suas palavras com pitadas sábias de sarcasmo e ironia. Mas atenção: se você precisar mesmo fazê-lo, ore muito. Sonde o seu coração e peça discernimento, pois seu objetivo nunca deve ser chamar atenção para si mesmo, muito menos humilhar o insensato. Mostre que seu desejo é ganhá-lo para a sabedoria da Palavra, e não perdê-lo para sempre.

Leia os evangelhos e veja como Jesus confrontava a insensatez dos fariseus. Mais do que Seu método, busque imitar Sua motivação: o amor à Verdade e aos perdidos. Invista seu dinheiro e tempo em livros de homens como Lewis, Schaeffer, Keller, Mohler e outros (peça a ajuda do seu pastor com as leituras).

Semana 52 – Terça-feira

[Provérbios 26.20-26]

“Não coloque mais lenha na fogueira.” “Quando um não quer, dois não brigam.” Esses também são provérbios, do tipo popular, que frequentemente usamos para tentar pôr fim a uma discussão. Os sete versículos de hoje falam do mau uso da língua, praticado pelo CALUNIADOR e o FINGIDO. O primeiro é o tipo de pessoa que, onde quer que chegue, promove a confusão. Assim como a lenha serve ao fogo, para uma contenda basta um caluniador. Além disso, suas palavras despertam nosso interesse como se fossem uma iguaria, que uma vez degustada, nos afeta profundamente (v. 22). E você sabe que nós pecaminosamente gostamos de saborear uma maledicência. Os demais versículos falam do fingido (ou “maldizente”, ARA). Nós o conhecemos pela descrição, mas nem sempre sabemos seu nome. Ele fala de forma amistosa (v. 23) e mansa (v. 25), para esconder a maldade e o ódio (v. 26).

Antes de pensar em pessoas que se encaixam nos perfis dos vilões de Provérbios, pense em si mesmo: você certamente já usou uma única palavra para fomentar desconfiança, antipatia e inimizade entre as pessoas? Você percebe o quanto seu pecado é abominável para Deus? Arrependa-se e comprometa-se a não caluniar nem ouvir calúnias. Por fim, pense se não há alguém em seus círculos de relacionamentos que ache que você é um fingido. Você já deu algum motivo para essa avaliação?

Semana 52 – Segunda-feira

[Provérbios 22.11][Provérbios 25.11, 15]

Certo dia assisti em um site de notícias uma cena horrível de uma partida de futebol, na qual um jogador acertou a perna do atacante adversário, causando uma fratura exposta. O fato de um osso não se quebrar com tanta facilidade só confirma a deslealdade daquele agressor, bem como o ponto do terceiro verso de hoje. Provérbios 25.15 compara a dureza de um osso à de uma autoridade, mas ambos podem ser quebrados (ou convencidos) por palavras comedidas e calmas. Você está debaixo da autoridade de alguém que resiste a você? Como suas palavras podem amolecê-lo, em vez de endurecer? Provérbios 25.11 fala que uma palavra dita na hora certa é um presente belo e valioso. Deduzimos que também é raro, pois não é fácil esperar a hora certa de falar, nem deixar passar as oportunidades. E Provérbios 22.11 apresenta o desafio de falar a verdade com elegância, sem grosseria. A sinceridade nem sempre é bem vista em um país que valoriza o “jeitinho”. Se, porém, formos sinceros de coração, colheremos bons frutos.

Palavras controladas, calmas, oportunas, verdadeiras e graciosas são um ideal elevado demais para alcançarmos por nossos próprios esforços; em um único dia falharemos em tudo. Elas só foram vistas de uma vez em Jesus Cristo, e é Ele que pode gerar em nós o amor, o controle e a ousadia de produzi-las. Agora que você sabe como elas são e de onde elas vêm, ore por uma transformação do seu ser, para que o que você diz reflita que você tem andado com Cristo.