DIÁRIO DE HORA SILENCIOSA

Semana 26 – Quarta-feira

[Hebreus 12.7-11]

Em nossa cultura, pais amorosos são aqueles que não proíbem nada, não corrigem fisicamente e fazem de tudo para evitar que seus filhos sofram. Neste texto, Deus Pai repreende, corrige fisicamente e deixa Seus filhos sofrerem. Qual visão de paternidade deve estar correta, a do mundo ou da Bíblia? Enquanto alguns pais são permissivos, outros gritam, são agressivos, violentos e estão sempre irritados. Deus, porém, não é assim, mas sempre disciplina por amor e visando o bem; não por raiva, com ódio ou sem nos levar a entender o porquê de sermos disciplinados. Observe que, ao fazer um contraste entre a correção que recebemos dos nossos pais e a de Deus, a Bíblia está não está condenando, mas exaltando o papel dos pais em corrigir os filhos. A disciplina de Deus, porém, é melhor, porque vem de um Pai perfeito. Depois de certa idade, nossos pais não nos pegam mais com a vara, mas Deus usará o sofrimento para nos ensinar por toda a vida (v. 10). Nossos pais nos corrigem conforme acham certo, mas Deus tem um entendimento perfeito do que é melhor para nós. E se nossos pais merecem nosso respeito (v. 9), Deus merece nosso temor (1Pe 1.17).

Não deixe que a experiência com seus pais prive você de agradecer a Deus por corrigi-lo no sofrimento. Se seus pais o corrigiram como deviam, agradeça a Deus e a eles. Se eles não fizeram certo, disponha-se a não deixar que isso seja motivo para não respeitá-los. Por fim, ore a Deus por humildade e um coração aberto a aprender no sofrimento. 

Semana 26 – Terça-feira

[Hebreus 12.5, 6][Provérbios 3.11, 12]

Deus nos disciplina porque nos ama e porque quer que nós nos aproximemos dEle. O versículo 6 usa duas palavras para demonstrar os objetivos e métodos da disciplina de Deus: repreensão e castigo. A primeira palavra tem a ideia de confrontar as atitudes ou pensamentos de alguém para provar que ele está errado e convencê-lo a se corrigir. A segunda representa a disciplina física, o açoite com o chicote. Quando isso acontece, a pessoa arca com as consequências de seus erros e, assim, não volta a cometê-los. Nem toda disciplina é consequência direta de um pecado específico, mas podemos entender que, em toda circunstância ou situação desagradável que enfrentamos, Deus tem a intenção de nos tornar mais parecidos com Jesus. Ontem vimos que Cristo sofreu fisicamente para pagar o preço dos nossos pecados. Nós também podemos (e fatalmente iremos) sofrer como consequência de nossos pecados, mas assim como o sofrimento de Jesus nos aproximou de Deus, quando sofremos pela disciplina temos a oportunidade de nos aproximar do Pai.

Nossa tendência carnal é murmurar, ter autocomiseração ou ficar irados quando passamos por dificuldades. Quando elas são consequência direta de pecados que cometemos, podemos ficar envergonhados das pessoas e pensar mais na opinião delas do que em agradar a Deus e no que Ele quer fazer em nós por meio de Cristo. Como tem sido com você? Converse sobre isso com Deus e possivelmente com outro crente confiável e maduro.

Semana 26 – Segunda-feira

[Hebreus 12.1-4]

Nosso assunto da semana é disciplina, não no sentido de a capacidade de alguém se controlar e viver de forma regrada, mas quanto à correção de Deus na vida de Seus filhos. Vivemos numa cultura que tende a rejeitar qualquer noção de sofrimento ou desconforto, pois acredita que tudo gira em torno de sentir-se bem, o tempo todo. Além disso, imagens de pais batendo com raiva nos filhos ou de casais de namorados contando à igreja que tiveram relações sexuais antes do casamento podem reforçar a ideia errada de que disciplina é castigo. Disciplina pode parecer algo ruim, mas não é. O texto de hoje nos manda abandonar o pecado e coisas que nos atrapalham, mas para isso podemos precisar da correção que vem de Deus. E mesmo quando reconhecemos que precisamos de disciplina, podemos ter medo das consequências, da vergonha e do sofrimento. Por isso, nossa leitura nos desafia a olhar para Jesus, pois se sabemos que viver sem pecado é maravilhoso, devemos estar dispostos a sofrer, assim como Jesus sofreu para nos livrar do pecado. E Ele sofreu porque sabia da alegria que esse sofrimento traria. Não desanime, pois a alegria de agradar a Deus é maior do que qualquer sofrimento momentâneo que a disciplina traga.

A disciplina visa nos livrar do pecado. Quais são os pecados que você não consegue vencer? O que o atrapalha de chegar mais perto de Jesus? Tire um tempo para orar e pensar em tudo que Jesus enfrentou. Apresente esses pecados e empecilhos ao Pai e submeta-se à correção amorosa dEle.

Semana 25 – Domingo

[Tiago 1.2-4]

Nada realmente cresce e amadurece sem ser provado de alguma forma. Nós, seres humanos, também somos assim, e a Bíblia está repleta de histórias que nos mostram isso. Pessoas diferentes, passando por situações diferentes, mas que por terem o mesmo Salvador conseguem encontrar nEle a solução para qualquer tipo de provação ou tentação. José é um desses exemplos. Dele é uma grande história que na verdade não é dele, mas do Deus dele, soberano inclusive sobre problemas familiares e sobre uma vida de escravidão em outro país. José entendeu que Deus sabia o que era melhor pra ele e que tinha um propósito maior para tudo o que acontecia, mesmo que as coisas não fossem claras. A providência de Deus muitas vezes é um caminho mais longo do que estamos dispostos a percorrer. Ainda assim, José confiou em Deus. Em meio a todo o sofrimento, prisão, injustiça; distante da família e dentro de uma cultura pagã, José aprendeu uma grande lição: “Vocês planejaram o mal contra mim, mas Deus o tornou em bem, para que hoje fosse preservada a vida de muitos” (Gn 50.20).

A provação é motivo de alegria por causa de seu efeito final. Com certeza José sofreu muito durante o tempo em que esteve no Egito; mas em meio a tudo o que se passava, José manteve seus olhos fixos em Cristo, que o sustentou e o ajudou a perseverar. Permaneça firme, não importa a situação nem o tempo que durar.

Semana 25 – Sábado

[2 Coríntios 1.8-11]

Confiar em Deus não é uma questão de sentimentos, mas de convicção. Não sentimos vontade de confiar nEle quando a adversidade aparece, mas podemos tomar essa decisão mesmo que não sintamos nada. Esse ato de confiar, no entanto, só acontece se for baseado em fé, e a fé só é firme quando é baseada em uma verdade segura. A Palavra de Deus é essa verdade, e é nela que encontramos respostas para os momentos mais difíceis, inclusive quando enfrentamos problemas que parecem maiores do que nós (2Co 1.8-11). Precisamos aprender a confiar em Deus mesmo quando Ele não nos fala o porquê, mesmo quando não entendemos exatamente o que está acontecendo, crendo que Ele tem o melhor para nós – também nos lembrando de que o melhor de Deus pode não ser o melhor que imaginamos. De forma última, Deus quer usar o nosso sofrimento para evidenciar nossa fraqueza, nos tornando cada vez mais dependentes dEle, e entendendo de forma cada vez mais profunda que Ele é soberano sobre todas as coisas.

Situações impossivelmente desesperadoras devem nos levar a nos apegarmos mais ainda àquele que é onipotente. Deus faz todas as coisas para a Sua glória e para o nosso bem. Ele é sábio, bom, gracioso e soberano, e está usando as circunstâncias para moldar em nós o caráter do Seu glorioso Filho. Nós podemos confiar em Deus, mesmo quando a vida nos aflige. A esperança que Cristo nos oferece não é um simples alívio, é restauração plena; não somente para essa vida, mas para toda a eternidade.

Semana 25 – Sexta-feira

[2 Coríntios 1.3-7]

A experiência de Cristo na cruz foi muito mais intensa do que todos os exemplos da semana e até da Bíblia. Jesus sofreu mais do que qualquer outra pessoa, sem merecer. Ele foi perfeito, puro, sem pecado, e mesmo assim decidiu tomar o nosso lugar, morrer naquela cruz, sofrer a separação do Pai, para que nós pudéssemos ter a reconciliação por meio da Sua ressurreição. Além disso, a Palavra de Deus nos diz que o sofrimento de Cristo O faz simpatizar com o nosso, mostrando mais uma vez que todo o nosso sofrimento tem o propósito de nos fazer mais parecidos com Cristo. Nós podemos confiar no que Cristo diz porque Ele passou por muito mais do que podemos imaginar (Hb 4.14-16). Jesus sofreu a ira de Deus em nosso lugar, foi abandonado pelo Pai, para que nós nunca fôssemos abandonados. Pessoas que sofrem só podem encontrar consolo e misericórdia em um Deus que sofreu como Cristo.

Nossos sofrimentos nos capacitam a ajudar outros que sofrem, pois nos levam a ter compaixão e a nos colocar no lugar de outras pessoas. Tudo o que Cristo sofreu foi por se colocar em nosso lugar. A cruz é onde a justiça e o amor de Deus se encontram – a justiça de Deus pelos nossos pecados (2Co 5.21). O sacrifício de Cristo revela a glória da graça de Deus para a salvação de pecadores. Não há mais morte eterna para os que estão em Cristo – todo sofrimento será passageiro.

Semana 25 – Quinta-feira

[1 Pedro 4.12-16]

As perseguições acontecem não somente a indivíduos, mas também à Igreja como um todo. O povo de Deus será perseguido por um mundo pecaminoso. Vemos isso com frequência no Novo Testamento, e o vemos também hoje. O apóstolo João, em suas cartas à igreja de Éfeso (Ap 2.1-7) e Esmirna (Ap 2.8-11), reconhece o sofrimento delas e encoraja seus membros a continuar firmes e fiéis. Toda a história da Igreja é marcada por perseguições, e nós não devemos esperar nada diferente se buscamos construir igrejas saudáveis como as da Palavra de Deus. Sempre que abrimos a Bíblia para expor pecados, rejeitar heresias e confrontar ideias comuns hoje em dia – como aborto, homossexualidade, vícios, etc. –, as pessoas não gostam e nos atacam. Perseguições fazem parte do pacote – são sinal de que estamos seguindo Jesus de perto (Mt 5.10-12).

Deus quer usar momentos de adversidade para estreitar nosso relacionamento com outras pessoas do corpo, criando em nós um senso maior de compartilhar a vida que temos em Cristo. Ninguém deve passar por nada sozinho, e a igreja é um instrumento de Deus para nos auxiliar nos momentos de adversidade. É também nela que encontraremos pessoas dispostas a nos acompanhar em momentos de dificuldade.