DIÁRIO DE HORA SILENCIOSA

Semana 23 – Quarta-feira

[Efésios 6.1, 2]

Deus quer que priorizemos nossos relacionamentos familiares ao longo da vida, como vemos no quinto mandamento. Duas palavras resumem o dever dos filhos com os pais: Obediência e honra. Quando Paulo escreveu esta carta aos efésios, estava em vigência no Império Romano o regime do pater postestas. O pai tinha direito absoluto sobre o filho: podia casá-lo, divorciá-lo, escravizá-lo, vendê-lo, rejeitá-lo, prendê-lo e até matá-lo. Hoje vivemos o outro extremo, iniciado na década de 60, quando os jovens se revoltaram contra a autoridade dos pais e de qualquer outra instituição. E o que significa honrar? Honrar alguém é tratá-lo com respeito, consideração, estima, reverência, gentileza e com a obediência que a posição da pessoa requer. Para crianças pequenas, isso significa obedecer aos pais. Para os adolescentes, indica demonstrar respeito pelos pais, mesmo que você ache que sabe mais do que eles. Para os jovens adultos, significa incluí-los em sua vida. E para aqueles passando da meia-idade, significa garantir que os pais sejam bem cuidados à medida que a idade avança e que a saúde fica fragilizada.

Quantos de nós foram tão atenciosos com os pais quanto poderiam? Embora tenhamos quebrado esse mandamento, nossa culpa foi removida pela morte de Jesus na cruz. Ele dá a coragem de pedir perdão aos nossos filhos e aos nossos pais. E se eles não estiverem vivos, podemos mostrar a sinceridade do nosso arrependimento fortalecendo outros relacionamentos familiares. Honramos nosso Pai quando honramos aos nossos pais. Como você pode honrar seus pais nesta semana?

Semana 20 – Segunda-feira

[2 Timóteo 4.1-8]

Imagine um homem à beira da morte, com a oportunidade de dizer suas últimas palavras a quem mais ama. A segunda carta de Paulo a Timóteo constitui, justamente, as últimas palavras registradas do apóstolo para o amado discípulo, pouco tempo antes de ser decapitado em Roma. Por saber que em breve morreria, Paulo escolheu com cuidado cada palavra para encorajar e orientar, pela última vez, o jovem pastor. E nesse contexto dramático ele define a experiência cristã. Primeiramente, a experiência cristã é um combate. No contexto do verso sete, podemos inferir que esse combate é a própria proclamação do evangelho aos perdidos (2Tm 4.2), num ambiente em que as pessoas não suportam a verdade bíblica. Além de combate, a experiência cristã é definida como uma corrida. A palavra usada por Paulo indica um longo percurso. Trata-se de uma maratona com momentos de cansaço, tristeza e perseguição, mas também alegria, perdão e paz. Por fim, Paulo fala da vida cristã como uma coroação. Embora seja uma luta e uma longa corrida, a vitória final é garantida. A expressão “guardei a fé” revela que o resultado da batalha e da corrida cristã produz algo que jamais perde seu valor. No verso 8, Paulo deixa clara sua certeza de expressamente que receberá a coroa da justiça.

O cristão deve lembrar que viver o evangelho representa verdadeiro combate e uma longa corrida. A boa notícia, entretanto, é que há uma coroação final, resultado direto da fidelidade de Deus para com os lutadores e corredores cristãos.

Semana 19 – Domingo

[Juízes 4.4-24]

A honra é um tema comum na maioria dos filmes de guerra: atos de heroísmo e altruísmo daqueles que obedecem às ordens a todo custo e em prol de algo maior. Esse é o caminho da honra para os soldados dos filmes, embora nem sempre alcancem a vitória. Esse é o caminho que Baraque rejeitou. Ainda que Israel fosse liderado pela profetisa Débora, ela lhe delegou a tarefa de guiar o povo à batalha. Baraque foi convocado por meio de uma profecia, na qual Deus afirmava Sua soberania sobre os dois exércitos, garantindo que entregaria os inimigos nas mãos de Israel (vv. 6, 7). A Baraque foi concedida a honra de participar da vitória do Senhor, mas ele confiou mais na profetisa do que na profecia (v. 8), e a honra de participar da vitória do Senhor lhe escapou pelos dedos (v. 9). Tudo aconteceu conforme o Senhor falou. Israel se armou para a batalha (v. 10), os inimigos foram até ele (vv. 12, 13), o Senhor venceu a batalha, mas Baraque perdeu sua chance (vv. 14-16). Enquanto a insegurança de Baraque o privou de sua honra, Jael foi honrada ao participar da vitória do Senhor, aproveitando a oportunidade que Deus lhe deu (vv. 17-24).

O que o impede de participar da obra de Deus? A honra não está em conquistar a vitória, mas em confiar nAquele que nos convocou. Baraque deixou de ser honrado mesmo liderando 10 mil homens, enquanto Jael foi “bendita” (Jz 5.24), servindo ao Senhor com um martelo e uma estaca de tenda. Participe da vitória do Senhor com o que você tem em mãos! 

Semana 19 – Sábado

[Marcos 15.22-39]

Dentre todos os presentes na morte de Jesus, o único com autoridade para fazer alguma coisa era o centurião responsável pela crucificação. Ainda assim, ele foi o único omisso durante a execução. Os soldados se divertiram à custa de Jesus (v. 24), os viajantes blasfemaram (v. 29), os principais sacerdotes escarneceram (v. 31) e os ladrões insultaram (v. 32). Dentre todos os presentes, o centurião era o único que não tinha que provar nada ao diminuir Jesus. Suas palavras eram lei, e aquela não passava de mais uma crucificação (v. 27). Seu silêncio apenas confirmava sua autoridade, que nunca foi posta em dúvida. Sua presença diante do humilhado Jesus era suficiente para ressaltar sua honra e poder. Ainda assim, tamanha autoridade não o impediu de reconhecer a glória do Filho de Deus em Seu sacrifício (v. 39). A autoridade inquestionável do centurião foi descartada por ele mesmo ao admitir que Jesus verdadeiramente é o Filho de Deus. Ou seja, ele condenou um inocente, assassinou o Senhor. O centurião falhou! A fé que ele demonstrou em sua confissão significou a rejeição de sua própria autoridade para se submeter ao Salvador.

O que o impede de se submeter ao Senhor? Não há honra maior do que se humilhar perante o rei do universo. Não há poder maior do que o perdão do Altíssimo para com aqueles que se arrependem. “Ao Rei eterno, o Deus único, imortal e invisível, sejam honra e glória para todo o sempre. Amém” (1Tm 1.17).

Semana 19 – Sexta-feira

[Mateus 8.5-13]

É notável que Jesus tenha encontrado fé extraordinária em um militar (v. 10), alguém que vive sob e por meio do exercício de autoridade e poder. Os centuriões eram homens com poder sobre, pelo menos, cem pessoas. Mesmo com tal autoridade, ocupavam apenas o sexto lugar na hierarquia de uma legião (v. 9). Este centurião, desde o princípio, reconheceu a autoridade de Jesus. Mesmo sendo uma das maiores autoridades na Palestina dos tempos de Jesus, ele implorou e O chamou de Senhor (vv. 5, 6). Mas reconhecer a autoridade não é apenas identificar um poder maior. É também saber seu próprio lugar e quem você é. O centurião sabia muito bem que tinha certa autoridade, tanto é que, no relato de Lucas, ele envia anciãos judeus para falar com Jesus (Lc 7.3). Contudo, isso para Jesus não significava nada, pois até mesmo um centurião era indigno perante o Filho de Deus! A fé daquele centurião estava baseada na realidade de quem ele era e de quem Jesus é. Quando comparamos nosso poder com a autoridade de Jesus, o resultado deve ser confiança e obediência, deve ser fé no poder absoluto do Senhor.

O que o faz duvidar do poder a autoridade do Senhor? Quando nos acostumamos com o poder de Deus, deixamos de valorizar Sua autoridade. Talvez isso tenha atrapalhado os judeus em reconhecer Jesus Cristo como o Filho de Deus (vv. 11, 12). Não deixe a autoridade de Jesus se tornar algo corriqueiro em sua vida. Experimente-a por meio da fé (v. 13)!

Semana 14 – Domingo

[Eclesiastes 3.10, 11][Salmos 90.1]

Nesta semana vamos separar algum tempo para pensar nos parâmetros de nosso ser. Afinal, há tempo para tudo, certo? E os textos de hoje falam justamente do tempo. Mas o que o tempo tem a ver com nosso ser? Tudo. Estamos presos ao tempo, ansiamos pelo tempo em que não mais estaremos, para entendermos o porquê do tempo em que estivemos sujeitos ao tempo. Confuso, né? Deus fez tudo apropriado ao seu tempo. Ele é o Deus soberano que governa e controla todas as coisas em todos os lugares; nada foge do Seu domínio e conhecimento, e Ele faz tudo de forma certa e organizada. Mas embora isso tudo nos dê um significado para viver, ainda falta algo. Apesar de Deus ajustar o tempo em nosso favor, o próprio tempo parece jogar contra nós: batalhamos na vida e até aproveitamos muita coisa, mas os anos vão passar, vamos chegar aos 70 ou 80 se tivermos vigor, e um dia chorarão ao redor de nosso caixão. Somos como um sopro, a neblina ou a fumaça, que logo desaparece. O que falta ao homem é exatamente aquilo que Deus pôs em seu coração: a eternidade. O propósito de cada um de nós ultrapassa esta vida limitada. Somos feitos para a eternidade e desejamos saber o significado eterno de nossa existência. Ainda não o entendemos plenamente. Mas quando alguém entende pelo menos aquilo que Deus nos deixou revelado, o propósito se descortina, e a vida fica mais bela.

Quantos anos você tem? Logo terá 80. Decida agora se você quer viver até lá só para este mundo ou para a eternidade.

Semana 14 – Sábado

[Mateus 22.34-40][1 João 4.9-11]

Hoje em dia muitos falam que “você tem que se amar”. Usam até o texto de Mateus 22.34-40 e dizem: “Se você deve amar ao próximo como a si mesmo, então você precisa amar a si mesmo”. Isso pode até parecer razoável à primeira vista. Mas vamos pensar. Jesus citou os dois maiores mandamentos. Se amar a si mesmo fosse um mandamento, e visto que amar ao próximo depende dele, então amar a si mesmo seria maior que amar ao próximo, e Jesus teria esquecido desse mandamento. Além do mais, Jesus citou dois textos do Antigo Testamento, dois mandamentos existentes (Dt 6.5; Lv 19.18). E não há mandamento no Antigo Testamento para amar a si mesmo. Concluímos que amar a si mesmo já é algo que fazemos naturalmente, e até demais – não precisamos de mandamento para isso! Tanto é que a Palavra está repleta de mandamentos para nos humilharmos, considerar o outro superior, pensar primeiro nos interesses dos outros. Temos que amar ao próximo da mesma forma que nos amamos, e se todos fizessem isso o mundo seria infinitamente melhor. E temos que amar a Deus, não como a nós mesmos, mas muito acima disso: de todo nosso coração, alma e entendimento. O cristão verdadeiro deve ser assim. Quem se preocupa com esses dois mandamentos e lhes obedece, vive de maneira que agrada a Deus em todos os aspectos, porque “destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”, ou seja, todo o Antigo Testamento.

Você quer ser um cristão em toda sua essência? Ame ao próximo como a si mesmo, e a Deus de todo coração, alma e entendimento.