DIÁRIO DE HORA SILENCIOSA

Semana 25 – Quarta-feira

[Filipenses 1.28-30]

No Novo Testamento vemos diversas ocasiões em que o apóstolo Paulo sofreu, quase com a mesma frequência que o vemos afirmar que sofrer por Jesus é um privilégio. A maior parte do sofrimento de Paulo foi justamente por viver aquilo que Deus o chamara para viver, e ele sabia disso desde a sua conversão (At 9.16). O próprio Paulo faz um resumo de algumas tribulações que enfrentou por pregar o evangelho (2Co 11.16-29), além de falar sobre o “espinho na carne” que tinha (2Co 12.1-10). Porém, em vez de reclamar, Paulo encontrava forças em Deus para se alegrar, pois sabia que sua fraqueza evidenciava ainda mais o poder de Deus e a obra que Ele estava fazendo. Jesus também afirma isso no Sermão do Monte (Mt 5.11, 12), dizendo que aqueles que sofrem perseguição por causa dEle são felizes – não por causa da perseguição em si, mas porque os que estão dispostos a sofrer por Cristo já entenderam que Cristo é tudo de que precisam.

Paulo nos ensina que Deus está sempre perto, e que não existe nada melhor do que viver cada dia se esforçando para glorificá-lO. As perseguições virão quando vivermos de forma piedosa, mas a garantia de que conheceremos mais de Cristo deve sobrepor nosso medo e nos levar à gratidão.

Semana 25 – Terça-feira

[Jó 2.1-10]

A provação não é necessariamente disciplina nem obra do capeta, mas é sempre a hora de exercermos integridade. Deus sabe não somente o que precisamos aprender, mas também qual o melhor caminho para aprendermos. A história de Jó nos ensina, principalmente nos primeiros capítulos, sobre um sofrimento inocente. No mundo caído em que vivemos, sempre haverá mistérios relacionados ao sofrimento, e por se tratar de um Deus muito além da nossa capacidade de compreensão, nunca conseguiremos entender os pensamentos dEle com total clareza (Is 55.8, 9). Isso não significa que a fé do cristão é cega; Jó não nos mostra isso. Ele nos mostra uma confiança tremenda em um Deus tremendo, que age além da nossa compreensão, mas que caminha conosco em todos os momentos da nossa luta. A confiança de Jó estava em um redentor vivo (Jó 19.25), que não podia ter Seus planos frustrados (Jó 42.2), e que era real e visível (Jó 42.5). Jó nos ensina a depositar nossa fé no grandioso Deus, Criador de todas as coisas, que graciosamente Se revela ao Seu povo.

A história que conhecemos de Jó começa com ele perdendo tudo, e termina com ele ganhando tudo. O grande ponto é que ele não ganhou tudo quando teve sua família e seus bens restabelecidos, mas quando de fato “viu” a Deus com os próprios olhos. Jó entendeu que Deus era tudo de que ele precisava: um Deus soberano e bom, que cuida dos filhos mesmo quando nada parece fazer sentido.

Semana 25 – Segunda-feira

[Romanos 5.1-5]

Por mais estranho que possa parecer, Deus nos chama a sermos gratos e alegres ao enfrentarmos dificuldades. Esse paradoxo é realmente estranho ao mundo, para quem nós somos aquilo que temos. Se o que temos é passageiro, não conseguiremos permanecer alegres quando essas coisas se forem. No entanto, se o que temos é permanente, não importa o que aconteça, sempre haverá motivo para nos alegrarmos. Habacuque foi um dos profetas do povo de Israel durante o período do exílio babilônico. Deus estava usando um povo pagão para disciplinar Seu povo, que Lhe desobedecera inúmeras vezes. Jerusalém fora destruída, a idolatria tomara conta do povo de Israel, e Deus parecia não Se importar. Onde está a justiça de Deus? Onde está o amor de Deus pelo Seu povo? O que fazer quando Deus parece não agir? A resposta de Deus para Habacuque é difícil, mas simples: “o justo viverá pela sua fidelidade” (Hc 2.4). Deus mostrou a Habacuque uma nova perspectiva, deixando claro que Ele não está dormindo, mas que usará circunstâncias para edificar um povo santo, preparado para boas obras (Tt 2.14).

A oração de Habacuque ao final do livro mostra que ele entendeu o que o Senhor queria mostrar: Deus era suficiente. Mesmo que tudo dê errado, “ainda assim eu exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da minha salvação” (Hc 3.18). A fonte da nossa alegria não são as nossas circunstâncias, mas o Deus das circunstâncias.

Semana 24 – Domingo

[1 Samuel 12.23, 24]

Quando um garotinho ajuda seu pai a trocar o pneu furado do carro, sabemos que não vem dele a força para virar a chave de roda. O trabalho duro não pode ser feito pela criança. Apesar disso, como é bom ver o filho inteirado e participante nas tarefas de seu pai! Mesmo pequeno, ele pode participar. Do mesmo modo, Deus nos convida a trabalhar com Ele no mundo, e o ponto de partida nessa misericordiosa parceria é a oração. Segundo John Piper, Deus escolheu soberanamente usar a nossa oração e agir em resposta a ela para cumprir Seus planos. Portanto, servir aos planos do Senhor implica orar por Seu povo. No texto de hoje, Samuel se compromete a orar pelos israelitas, mesmo após a motivação equivocada que os levou a pedir um rei igual ao das outras nações. O contexto deixa claro que Deus reprovou o pedido deles, na resposta que deu ao clamor de Samuel (vv. 16-18). No entanto, mesmo em face do pecado da nação (que rejeitara o Senhor como rei), Samuel não se furtou à responsabilidade de orar por Israel enquanto vivesse.

Não seja mais um crítico de plantão da Igreja, mais um dedo apontado que não resolve nada. Faça alguma coisa: ore! A oração é a estratégia divina para contribuirmos no Reino! Ore por sua igreja local antes de criticá-la. Ore pela Igreja no Brasil e no mundo, antes de fazer suas análises de Facebook. Ore, hoje, por si, para que até a vinda de Cristo você se ache fazendo a sua parte por amor a Deus.

Semana 24 – Sábado

[Salmos 37.23, 24] [Salmos 143.10]

É muito curioso o fato de Deus querer nos utilizar em Seus magníficos planos. Como vimos nesta semana, Ele escolheu nos tornar participantes do Seu agir no mundo por intermédio da oração, da generosidade na obra missionária, da proclamação verbal da Palavra e do testemunho de vida. Hoje, vemos que Deus utiliza ainda o nosso sofrimento para revelar Sua vontade e conduzir-nos na jornada da vida para a Sua glória. Ambos os salmos são davídicos e apresentam cenários de intensa tribulação. Em desânimo, Davi aconselha o próprio coração. Ele ora e relembra a fidelidade do Senhor com Seus filhos. É na noite da angústia que encontramos a sóbria declaração de que o Senhor “firma os passos” de quem Lhe agrada. É do poço escuro que ressoa o clamor para que o Senhor o “conduza por terreno plano”. Bendita confiança! Surpreendente é a estratégia do Senhor em usar as tempestades da vida para revelar Sua bonança no coração dos que creem. Seu plano não envolve apenas nos usar mundo afora, mas sobretudo nos transformar a partir de dentro, conformando-nos à Sua vontade no Filho (Rm 8.29).

Deus atua com graça em nosso sofrimento. Somos aperfeiçoados pelo Senhor nas horas difíceis, tornamo-nos melhores. Moldados por Suas mãos, podemos servi-lO em qualquer tempo e lugar. Que tal agradecer ao Senhor pelos sofrimentos passados até aqui? Você tem confiado em Deus? Seus passos estão firmes ou vacilantes? Quem você está se tornando no sofrimento?

Semana 24 – Sexta-feira

[Salmos 40.1-5]

Você consulta depoimentos de outros consumidores antes de concluir uma compra na internet? Quando fazemos isso, demonstramos, entre outras coisas, que preferimos confiar no relato vivo a confiar na imagem sedutora da propaganda. Em outras palavras, nada é mais verdadeiro que a referência pessoal e o testemunho fidedigno de alguém. Assim é o testemunho do cristão perante os que o cercam. Sua experiência diária com o Senhor sempre falará mais alto que as palavras de piedade na boca mentirosa. O salmista deu um depoimento pessoal da ação de Deus em sua vida. O Senhor se inclinou para ele ouvindo-lhe a súplica. Livrou seus pés do atoleiro. Colocou-o sobre a rocha. Deu-lhe firmeza e segurança e pôs em seus lábios um cântico novo. Louvor e felicidade abraçaram o coração adorador de Davi. Houve uma experiência real com Deus. Sua conclusão é inequívoca: “muitos verão isso e temerão, e confiarão no Senhor” (Sl 40.3). Quem anda com Deus fala aos outros até no silêncio. Como concluiu o apóstolo Pedro, tal pessoa é um testemunho vivo contra o qual ninguém encontra argumento (1Pe 3.15, 16).

Seus atos concorrerão com suas palavras neste dia, exigindo-lhe coerência entre discurso e vida. Não dá pra enganar ninguém por muito tempo, muito menos enganar todo mundo o tempo todo. É preciso integridade. Deus quer usá-lo integralmente, palavras e vida. Qual a sua real experiência com o Senhor atualmente? O que precisa mudar imediatamente em sua vida?

Semana 24 – Quinta-feira

[Efésios 6.19, 20]

Um colega lhe diz crer que a Terra é plana. Depois do choque, você lhe mostra estudos astronômicos, imagens de satélites e o reconhecimento oficial da esfericidade do planeta na comunidade científica. “A Terra é redonda”, você diz, “e o fato não pode permanecer sob o manto da fantasia”. Outro colega nos diz que não crê em inferno, não precisa de salvação, não confessa Jesus como Senhor e não vê a necessidade de perdão de pecados. O que diremos? O apóstolo Paulo nos ensina a cooperarmos com Deus e a dependermos dEle no anúncio da verdade. O evangelho precisa ser pregado e temos o privilégio de fazê-lo. Duas vezes Paulo pede que a igreja ore por coragem e ousadia na pregação. Ele vê a necessidade de Deus lhe dar a mensagem adequada e de sua comunicação ser destemida e clara, e menciona sua responsabilidade de manter-se fiel enquanto cumpre a missão de embaixador. Sabemos disso: a luz inconfundível do evangelho confronta a obscuridade espiritual e retira o véu da mentira dos olhos de quem crê (2Co 4.2-4).

É assim que Deus escolheu alcançar pessoas, por meio de comunicadores fiéis de Sua mensagem. Às vezes, a timidez nos arrasta nas correntezas do “politicamente correto”. Carecemos de coragem. Quem são os irmãos que podem orar por você em prol da comunicação corajosa da verdade? Busque pessoas que o ajudem a melhorar. Peça-lhes oração e represente o evangelho com clareza, ousadia e fidelidade no mundo.