DIÁRIO DE HORA SILENCIOSA

Semana 41 – Quarta-feira

[Jó 1.9-22]

Qual o tamanho da sua dor? Vivemos num mundo caótico, onde tragédias acontecem por calamidades naturais ou pela maldade de homens. Por mais que a tristeza nos leve a duvidar da soberania de Deus, o texto de hoje nos mostra que Ele está no controle. O dilema do sofrimento é profundo e encontra uma das suas maiores expressões no livro de Jó. Depois de perder seus bens (vv. 13-17) e seus filhos (vv. 18, 19), Jó ficou devastado. Como você reagiria? Talvez negando a existência de Deus (Sl 14.1); talvez questionando Sua bondade ou Seu poder (como no trilema de Epicuro); ou mesmo pensando que você está sofrendo a consequência de algum pecado. A resposta de Jó foi diferente: ele adorou o Senhor (v. 20). A atitude de Jó só reforça a defesa feita pelo Senhor quanto à integridade e ao temor daquele servo. No entanto, ela não é possível se os nossos olhos só estão neste mundo. A Bíblia nos orienta a voltar nossos olhos para Cristo em meio à dor (2Co 4.16-18), enquanto aguardamos a esperança viva (1Pe 1.3). Nessa perspectiva, mesmo em meio ao sofrimento, Jó olhou para Deus como o dono de tudo – inclusive de sua vida. Nas nossas dores, à semelhança de Jó, podemos olhar para o Cristo. Ele Se compadece de nós (Hb 4.15) e nos convida a descansar (Mt 11.28); basta nos lançarmos sobre Ele!

Que maravilha saber que Deus nos capacita a enfrentar o sofrimento! Clame ao Senhor por misericórdia e sabedoria para passar por todas as situações adorando-O e glorificando-O!

Semana 41 – Terça-feira

[Jó 1.1-5, 8]

Já falamos de buscar a Deus nas dificuldades, pois Ele é nosso consolo em meio às dores e mazelas do mundo. Porém, é difícil lembrar isso na fartura (Mt 19.24, 25). Talvez para muitos o céu só é bom pela ausência de choro, luto e dor, e não pelo fato de que estaremos para sempre com o Senhor. Jó é um exemplo de integridade em meio à riqueza. Ele era justo (v. 1), tinha uma bela família (vv. 2, 4), muitos bens e servos (v. 3). Ainda assim, buscava retidão diante de Deus – a sua, bem como a de seus filhos (v. 5). Perceba que o próprio Deus aponta a seriedade de Jó, mostrando que o temor dele não era superficial (v. 8). Na nossa cultura utilitarista – onde as pessoas valem pelo que têm – Deus Se transformou num tipo de gênio da lâmpada que serve ao nosso desejo egoísta, numa confusão sobre quem de fato é o servo. Perdemos de vista Sua santidade e justiça, esquecendo que estamos diante dEle sempre, e que isso é muito sério. Jó não esqueceu. Sua integridade estava ligada ao conhecimento que ele tinha de Deus, e não ao que possuía. Jesus nos deu tudo para sermos íntegros (2Pe 1.3, 4). Não é preciso fazer sacrifícios, pois Cristo já nos libertou (Rm 8.2). Devemos apenas caminhar com Ele para que, assim como Jó, sejamos retos, nos desviando do mal (Gl 5.17).

Como você tem vivido? Você lembra que está diante de Deus todo o tempo ou sua integridade é situacional? O conhecimento do Senhor deve nos moldar à imagem dEle, e esta é o maior bem que podemos receber.

Semana 41 – Segunda-feira

[Salmos 112.1-10]

De acordo com a Bíblia, o temor a Deus é a base da nossa vida na terra. Por meio dele alcançamos conhecimento (Pv 1.7, 29), sabedoria (Sl 111.10; Pv 9.10), vida (Pv 10.27), contentamento (Sl 34.9; Pv 15.16), livramento do mal (Pv 16.6), riquezas (Pv 22.4) e felicidade (Pv 28.14). Neste salmo, além de todos esses benefícios, também vemos que o temor do Senhor nos ensina a sermos piedosos e generosos (vv. 4, 5) e a não temer homens nem circunstâncias (vv. 7, 8). Porém, um princípio fundamental inicia o salmo: encontrar prazer nos mandamentos do Senhor (v. 1). Meditar na Palavra torna o coração puro (Sl 119.9), o caminho claro (Sl 119.105), a mente alerta (Sl 119.169) e corrige a nossa perspectiva (Sl 119.37). Além disso, esse homem também deixa um legado (v. 2). Como você gostaria de ser lembrado pelas próximas gerações? Como alguém que teme a Deus? Não há temor ao Senhor sem o estudo da Bíblia! Como temer alguém que não conhecemos? E só podemos conhecê-lO por meio das Escrituras. Jesus nos mostrou o Pai (Cl 1.15, 16), nos reconciliou com Ele por meio do Seu sangue (Cl 1.22) e nos fez uma promessa de vida eterna (Jo 14.3), tudo isso segundo as Escrituras.

O evangelho revela quem Deus é e quem somos, e por isso somos bem-aventurados. Conhecer e desfrutar verdadeiramente o temor do Senhor não só nos dá vida, mas a única vida que importa. Que possamos desfrutar este grande privilégio: conhecer a Deus.

Semana 40 – Domingo

[Josué 9.1-15]

Músicos famosos do passado como Elvis Presley, Michael Jackson e Whitney Houston começaram a vida musical na igreja, mas foram parar fora dela. O que teria acontecido? Certamente você conhece pessoas que já foram de sua igreja e que hoje estão “no mundo”. Também deve conhecer os chamados “simpatizantes do evangelho”, pessoas que falam e agem como cristãos e gostam de estar com os crentes, mas ainda não são salvas. A história da estratégia dos gibeonitas nos alerta quanto à vida de pessoas assim. A fama de Israel havia se espalhado e os seus inimigos sabiam que sua hora estava chegando. O povo de Gibeom, de tanto ouvir falar do poder de Deus e da destruição daqueles que estavam no caminho do Seu povo, resolveu mudar de lado. O problema é que não foi uma mudança movida por submissão a Deus, como a de Raabe, mas um desejo de se protegerem. Para isso, não buscaram a misericórdia do Senhor, mas conseguiram enganar o povo e seu líder, Josué. A atitude deles não surpreende, mas sim a do povo, que mais uma vez confiou em si mesmo, no próprio discernimento, e não consultou ao Senhor. Mesmo escapando da morte, vivendo entre o povo de Deus e gozando de alguns privilégios, os gibeonitas não seriam povo de Deus.

Você é de fato um cristão: uma pessoa arrependida que agora, pela fé em Cristo, faz parte do povo de Deus? Você conhece pessoas que talvez não sejam salvas, ainda que vivam no meio da igreja de Cristo, e que precisam crer no evangelho?

Semana 40 – Sábado

[Josué 24.1-27]

O discurso de Deus registrado no último capítulo do livro de Josué nos mostra o compromisso do Senhor com o povo de Israel. O Senhor recorda como esteve com um homem, depois com uma família e, finalmente, com toda a nação, até entrarem na terra e a conquistarem. Observe as muitas menções à intervenção divina (é só identificar o uso do pronome “eu” ou os verbos na primeira pessoa). O povo só gozava da terra porque Deus esteve com eles antes mesmo de se tornarem nação. Agora com cada tribo assentada, Josué não estaria mais presente, mas Deus permanecia no controle e exigindo adoração exclusiva. Josué apresenta as opções e, apesar de a melhor opção ser óbvia, mostra que a escolha caberia ao povo: seguir o Senhor que os trouxe a uma nova terra de forma maravilhosa, ou aos falsos deuses do Egito, de onde saíram, ou aos que encontraram pelo caminho. Num dos versículos mais bonitos do seu livro, Josué assume junto com sua família seu compromisso de servir ao Senhor (vv. 14, 15). Assim como no início de sua caminhada como líder de Israel, Josué reafirmava seu pacto com Deus e Sua Palavra. Não havia motivos para mudar; era o melhor caminho; era o único caminho!

Seria muito bom se você pudesse ter esse compromisso e, assim como Josué, olhar pra trás e enxergar a presença e o cuidado de Deus em todas as situações. Olhe também para a frente, com a certeza de que Deus continuará no controle de tudo. O seu trabalho será apenas servi-lO de todo o coração. E é você quem ganha com isso!

Semana 40 – Sexta-feira

[Josué 23.1-16]

Quando nos aproximamos do fim do ensino médio, muitas opções aparecem diante de nós, mas agora, diferentemente da infância, o tempo de ficar sonhando, mudando, pensando vai chegando ao fim e uma decisão precisa ser tomada. O povo de Israel já estava havia algum tempo na terra prometida, mas a vida continuava. Entrar na terra não era o fim, mas o início de uma nação organizada e dona de seu próprio território. Josué estava velho e sabia que não viveria muito. Por isso convoca os líderes do povo e os alerta sobre a importância de seguirem à risca as ordens de Deus. As instruções recebidas por Josué logo que se tornou líder do povo (Js 1.1-9) deveriam ser estudadas, cumpridas e também ensinadas. Como líder, coube a ele relembrar o povo quanto àquelas instruções e ao fato que, na caminhada até onde chegaram, o Senhor manifestou o Seu poder e cumpriu Suas todas as Suas palavras. Agora precisavam obedecer às instruções divinas para continuarem desfrutando o auxílio divino. Períodos de prosperidade ou sofrimento na terra estariam ligados à maneira como tratariam seu Deus.

Sendo jovem, você provavelmente ainda tem muita vida pela frente, muitas escolhas a fazer. Você terá diante de si a oportunidade de ouvir o Senhor ou fazer sua própria vontade, e os resultados sempre estarão vinculados a essas escolhas. É hora de parar, olhar para trás, manter o temor ao Senhor e seguir em frente.

Semana 40 – Quinta-feira

[Josué 22.1-34]

“Paz, se possível, mas a verdade, a qualquer preço” foram palavras do reformador Martinho Lutero. Ele estava muito incomodado com a maneira como a igreja estava se desviando das Escrituras. Sabemos que muita coisa rolou na chamada Reforma Protestante, e que ainda hoje reformas precisam acontecer. Isso porque a mentalidade do mundo continua influenciando a Igreja de Cristo. Centenas de anos antes da própria existência da Igreja, o povo de Deus aprendeu que não deveria se desviar do temor ao Senhor. Aprendeu a duras penas, e no texto de hoje vemos uma preocupação dos israelitas em manter o povo unido na sua fidelidade a Deus. Os israelitas que moravam a leste fizeram um altar como símbolo de sua fidelidade, mas o povo da parte oeste tomou aquilo como um desvio, imaginando que o altar seria para outro deus. O povo estava dividido, e a paz parecia estar prestes a morrer no altar da verdade. Mas uma comitiva foi enviada para descobrir a verdade e garantir a paz. Ambos os lados demonstraram sua fidelidade a Deus e seu empenho em fazer que as próximas gerações mantivessem o mesmo temor.

Sempre seremos assediados pelo mundo, e as atitudes dos dois lados de Israel nos servem de exemplo do cuidado que devemos ter com nossa fé e a de nossos irmãos. Busquemos a verdade para, então, gozar da paz.