DIÁRIO DE HORA SILENCIOSA

Semana 31 – Quarta-feira

[Romanos 13.11-13a]

A partir do verso 8, o apóstolo Paulo ressalta a importância do amor ao próximo, citando, inclusive, alguns mandamentos do passado que já demonstravam que nossas relações interpessoais sempre foram importantes para Deus. A vida é muito breve e a vinda de Cristo é iminente. Por isso, devemos abandonar nossa vida de pecado por amor ao próximo. A dimensão horizontal do pecado não pode ser ignorada: quando nos envolvemos em orgias, bebedeiras, imoralidade sexual, desavença e invejas, estamos cometendo pecado não só contra Deus e contra o nosso corpo, mas também contra o próximo. Nossos pecados afetam direta ou indiretamente as pessoas que nos rodeiam, mesmo quando tentamos esconder, permanecendo nas trevas. Por isso os autores bíblicos nos exortam a andarmos na luz (1Ts 5.5; 1Jo 1.6, 7). A luz é onde nossos pecados são expostos e onde temos a oportunidade de nos libertar de suas garras por meio do arrependimento. Quando não temos o que esconder de Deus e do próximo, alimentamos relacionamentos saudáveis e que glorificam ao Senhor.

Vivemos, muitas vezes, de aparência. Achamos que podemos esconder nosso pecado em uma parte escura de nossa vida e apresentar aos outros o que consideramos aprovável. Isso pode até funcionar durante algum tempo, mas cedo ou tarde a verdade aparecerá trazendo constrangimento e devastação. Se você guarda pecados ocultos, arrependa-se, peça perdão para todos os afetados e aceite as consequências.

Semana 31 – Terça-feira

[1 Coríntios 6.19, 20]

Na continuação do texto de ontem, Paulo dá dois motivos pelos quais precisamos nos santificar, inclusive com o nosso corpo. O primeiro é porque nosso corpo é o templo do Espírito Santo que habita em nós e foi dado por Deus (v. 19). Enquanto no Antigo Testamento, Deus habitava no tabernáculo, o único lugar onde o povo conseguia ter acesso a Ele, hoje o Seu Espírito está conosco em todo tempo, dentro de nós. Isso já seria razão suficiente para nos fazer avaliar o tipo de vida que temos levado, afinal de contas, não dá para expor nosso corpo ao pecado que Deus tanto abomina. O segundo motivo é que nós temos um proprietário, pois fomos comprados por um alto preço. O nosso corpo não nos pertence mais, mas àquele que nos comprou por um altíssimo preço. Foi, na verdade, um preço de sangue, o sangue do próprio Deus. Jesus teve que vir aqui e morrer por nós para que essa dívida fosse paga. Agora todo nosso ser pertence a Ele, e é por esse motivo que nós devemos viver de maneira digna, para honrar, glorificar e agradecer àquele que nos comprou quando nós não merecíamos.

Como você tem usado o seu corpo? Seu modo de agir, de se portar, de falar, de se vestir são apropriados a alguém que foi comprado por um alto preço? Você ainda vive como se o seu corpo ainda lhe pertencesse? Ore a Deus entregando todas as partes do seu ser, e peça para que Ele o ajude a ser transformado conforme a imagem dEle cada dia mais.

Semana 31 – Segunda-feira

[1 Coríntios 6.12-18]

Ontem nós falamos sobre como Cristo nos libertou da escravidão do pecado para vivermos uma vida completa nEle. Mas será que é certo pensar que, porque Cristo nos libertou, podemos fazer o que quisermos? Primeiramente, não faz sentido algum sermos libertos do pecado para podermos pecar. Portanto, o cristão não tem a opção de pecar. Em segundo lugar, deixamos uma escravidão para entrar em outra. Não somos mais escravos do pecado, mas nos tornamos servos de Deus (Rm 6.18; 1Pe 2.16). É Ele quem define o que podemos fazer, não nós. No texto de hoje, Paulo lida com esta situação: os coríntios estavam utilizando o discurso da liberdade cristã para darem lugar à imoralidade sexual. Ao repreendê-los por manterem baixos padrões morais quanto à sexualidade, ele ressalta que a imoralidade sexual é um pecado contra o próprio corpo, que é templo do Espírito Santo. É assim que , Paulo mostra para aqueles crentes que não podemos separar o espírito do corpo no que se refere ao pecado. Ambos devem ser santificados para Deus.

Quando Jesus morreu por você naquela cruz, não morreu apenas pelo seu espírito, mas por todo o seu ser, incluindo seu corpo. Portanto o que você faz com seu corpo importa sim! Ore a Deus para que Ele lhe dê discernimento quanto às atividades nas quais você pode se envolver, e peça também para que Ele guarde seu coração (Pv 4.23), para que nada venha a dominar você além de Cristo.

Semana 30 – Domingo

[Lucas 16.10-12]

O mordomo é uma pessoa de confiança que administra os bens particulares de outro; por definição, nada do que ele administra é seu. O que se espera dessa pessoa é que faça seu trabalho com a maior competência. Essa mentalidade é cada vez menos comum, e os maus exemplos começam (ou será que terminam?) com aqueles que, como governantes, deveriam gerir nossa nação com a consciência de que não estão ali para cuidar dos próprios recursos, mas para administrar os recursos alheios (do país, estado, cidade, etc.). Jesus, “o maior sociólogo que já existiu”, declara que a fidelidade é uma questão de caráter e que revela o interior da pessoa. Segundo Jesus, a negligência nos detalhes da vida refletirá nos grandes; quem desperdiça a mesada terá dificuldades em controlar o salário, quem se comporta mal no namoro poderá enfrentar problemas semelhantes no casamento, etc. Isso não é dizer que os crentes devem se dedicar a um apego doentio a detalhes insignificantes da vida, mas a se submeterem ao Espírito a ponto de produzir a fidelidade como fruto (Gl 5.22). No controle do Espírito, nosso pouco e nosso muito agradarão ao Senhor Jesus.

Pense um pouco na sua vida: você se considera na fase das coisas pequenas, ou já recebeu as grandes? Um pouco das duas coisas? Comece por uma ou duas áreas da vida que precisam de ajuste: converse com Deus sobre isso, pedindo perdão, se for o caso; em todo caso, peça que esta semana o ajude a ser um servo mais fiel.

Semana 30 – Sábado

[Provérbios 20.23]

No verso de hoje podemos perceber que Deus abomina quem vive tentando tirar vantagem ou buscando proveito próprio. Deus quer que Seus filhos sejam honestos em tudo. A prática de enganar o outro é tão velha quanto o ser humano, e em Israel não era diferente. Porém, Deus requer que tenhamos uma conduta correta em todas as nossas atividades. Da mesma forma como não queremos que ninguém nos engane, também não devemos enganar ninguém. A ênfase na ética do dia a dia é tão grande que no capítulo 20 temos dois versos que são praticamente iguais (vv. 10, 23). Independente do contexto em que vivemos, sempre há oportunidade de sermos honestos ou desonestos. E mesmo que ninguém saiba e nem perceba o que estamos fazendo, Deus sabe de todas as coisas. Não adianta tentarmos nos esconder dEle, nem dá para fazer algo sem que Ele saiba de todos os detalhes. Deus jamais toma o culpado por inocente, mesmo que ele possa parecer uma boa pessoa aos olhos da comunidade.

Talvez você consiga esconder um comportamento errado de seus pais, professores da escola/faculdade ou até mesmo do seu patrão, mas nunca de Deus. A desonestidade pode até parecer pequena, mas, no fundo, ela manifesta o desejo do seu coração de tirar vantagem dos outros. Afinal de contas, você merece se dar bem, custe o que custar. Cuidado! Lembre-se de considerar o outro superior a si mesmo (Fp 2.3). Fique sempre atento!

Semana 30 – Sexta-feira

[Tiago 4.2, 3]

Um dos princípios essenciais da vida cristã, dado pelo apóstolo Paulo em Filipenses 2.3, é o de considerarmos nosso irmão superior a nós mesmos. A esse mandamento Paulo acrescenta que devemos pensar primeiramente no que é do próximo, em colocar as necessidades dos irmãos como prioridade para nós. Mas isso não é nem fácil nem natural. Na verdade, somos naturalmente egoístas. Basta olhar o comportamento de uma criança. No entanto, o egoísmo é mitigado quando nos convertemos e nos tornamos morada do Espírito Santo. Mas Tiago não está escrevendo para irmãos em Cristo? Sim, mas nós crentes não estamos livres do pecado, pelo contrário, vivemos em guerra contra ele (Gl 5.16, 17; 1Pe 2.11). Tiago, então, está chamando a atenção daqueles irmãos, pois eles estavam dando lugar à carne e degradando seu relacionamento com Deus (v. 4). Prova disso, são seus pedidos egoístas não atendidos pelo Senhor (v. 3). O egoísmo nada mais é do que nos acharmos mais merecedores daquilo que é do outro. É quando consideramos que nossa necessidade está na frente das dos outros. Além disso, o egoísmo acontece porque não reconhecemos e nem nos contentamos com o que Deus já tem nos dado.

Você vive tendo conflitos? Já parou para analisar qual a causa? Na maioria das vezes o problema está em nós, em nossos desejos egoístas. Deixamos de considerar o outro e suas necessidades como mais importantes, e nos colocamos no foco. Peça para Deus lhe dar mais amor pelo próximo e seja mais grato pelo que você já tem.

Semana 30 – Quinta-feira

[Lucas 12.22-34]

Um dos principais objetivos das campanhas de marketing e de publicidade é nos fazer acreditar que necessitamos dos produtos ou dos serviços que nos são oferecidos. Por isso vivemos constantemente consumindo e enchendo nossa vida de tranqueiras inúteis. Isso acontece porque temos uma consciência tão corrompida que tornamos o desnecessário necessário. Esse problema, contudo, não está restrito aos tempos atuais e sempre esteve presente na humanidade desde a Queda. Jesus, em Seu Sermão do Monte, chama a atenção do povo para essa realidade. Pela observação do cuidado de Deus com a natureza, somos desafiados a confiar em Seu cuidado ainda maior conosco. Ou seja, se Ele cuida dos animais e das plantas, certamente cuidará de nós. Isso não significa que não passaremos por tribulações e aflições, pois o próprio Jesus nos alerta sobre isso (Jo 16.33). A chave para enfrentarmos os momentos de tribulação e a falta de contentamento é confiar em Deus. À medida que confiamos nEle, percebemos que Ele nos dá tudo o que precisamos, bem como nos sustenta na adversidade. Diferente dos pagãos que olham as circunstâncias (v. 30), nós olhamos para o alto, para o que é eterno.

Toda sua atenção está focada nas circunstâncias? Você apenas investe seu tempo, dedicação e emoções para saciar suas necessidades nesta vida? Invista prioritariamente no que é eterno (2Co 4.18), onde não há destruição nem roubo (v. 33).